Cepticismo, naturalismo e divulgação científica. Uma discussão sobre o que é ou não matéria de facto.
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domingo, 28 de junho de 2009
As "provas" da British Chiropratic Association
Nada que me espante.
Leiam mais aqui:
http://godknowswhat.wordpress.com/2009/06/19/revenge-of-the-singh/, que inclui uma comparação da defesa de Simon com conclusões que se possam tirar da apreciação das ditas provas.
Para saberem porque a B.C.A. processou o Simon Singh clique na etiqueta com a referencia certa. :)
quarta-feira, 24 de junho de 2009
O estado das coisas.
Descobri esta nota através do blogue "Coletivo Ácido Cético" (1) a que aconselho uma visita.
"Nota de Esclarecimento Aprovada pelo Conselho da Unidade do IF em 15-06-2009
Os Professores e Pesquisadores do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul discordam profundamente do conceito de Ciência apresentado no evento intitulado "1ª Semana Ciência e Espiritualidade na Universidade”, infelizmente patrocinado por esta universidade de 8 a 13 de junho de 2009.
Cabe também esclarecer à comunidade que a utilização de pretensas noções de Física Quântica em encontros dessa natureza é fortemente rejeitada pela comunidade científica nacional e internacional da área de Física."
(1)http://coletivoacidocetico.blogspot.com/
Para a noticia da nota:
http://coletivoacidocetico.blogspot.com/2009/06/esclarecimento.html
O Bold foi colocado por mim
Vodka Homeopático
http://coletivoacidocetico.blogspot.com/2008/05/homeopatia-honesta.html
terça-feira, 23 de junho de 2009
Considerações sobre o efeito placebo.
O efeito placebo, no sentido mais geral, não corresponde a um efeito ou a uma causa. Se for definido como as melhoras observadas no paciente após administração de uma substancia inerte, temos logo incluídos no efeito placebo questões como:
- evolução natural do curso da doença
- alterações na percepção da doença pela parte do paciente (o que leva a relatar melhoras)
- erros de medição ou de diagnóstico
- factores psicológicos
- complicações com outras doenças.
Voltando atrás um bocadinho. Decidi escrever este post, porque existe o argumento por "médicos alternativos", que a sua terapêutica funciona com o efeito placebo. Adicionalmente há muita gente que considera que o efeito placebo é um efeito biológico tipo "mente sobre o corpo". Mas evidências clínicas ou biológicas inequivocas de tal efeito são fracas.
Em medicina ciêntifica, compara-se o tratamento com o placebo, que é uma substancia inerte. Se o placebo tem melhor ou igual efeito, a conclusão é de que o novo tratamento não funciona. Não de que o placebo funciona.
Porquê? Porque no estado actual da ciência, quando descontamos os erros de diagnóstico, as alterações da percepção do paciente (sobretudo por condicionamento e expectativa), e as variações normais do curso natural da doença, a verdade é que sobram apenas vestígios do efeito placebo que possam ser atribuidos a factores psicologicos.
E destes factores psicológicos, provas da sua pertinencia, são apenas encontradas em doenças com uma componente psicosomática elevada, em que nós deveriamos pensar provavelmente onde está realmente a origem do problema quando possivel (causas do stress ou baixo estado de espirito).
A hipertensão, por exemplo. Uma pessoa só por estar a ser tratada, se confiar no tratamento, vai sentir-se mais calma e isso vai ter um impacto em medições físicas (nunca bioquímicas). Outras doenças ou condições que aparecem neste grupo são a asma, as depressões, as condições que causam dor (e aqui surpreendentemente, por exemplo a hipertrofia da prostata).
Em estudos em que o paciente não sabe se esta a tomar placebo ou o tratamento (isto é, sabe que o que está a tomar pode ser apenas placebo), o efeito placebo quase desaparece em virtude da duvida - só o tratamento funciona mesmo. Em um estudo em que se comparou placebo com não tratamento, o resultado foi que não havia diferença. Em estudos em que a avaliação de melhoras é feita por um observador externo que não sabe quem esta a tomar placebo este efeito também cai notoriamente. Em um numero brutal de doenças todo o efeito placebo é atribuido às outras causas que não a psicologica ou neuromediada (variação normal da doença, melhora de problemas concomitantes (incluindo stress), erros de diagnóstico, e alterações na percepção. Por exemplo não há efeito placebo no crescimento de celulas cancerosas, na replicação bacteriana, etc...
Mas por exemplo a dor é um sintoma que é muito ligado ao efeito placebo. Porque? Porque não existe um instrumento capaz de medir a dor. É sempre por relato do paciente. E este declara melhoras muito conforme as suas expectativas e estado de espirito ( e é no estado de espirito que o placebo pode actuar).
Existe ainda muita coisa que não se sabe, mas defender que o efeito placebo trata ou pode ser a base de uma pratica terapêutica é um abuso. Nem que seja porque é incontrolável, inespecífico e que existe também nos medicamentos normais. Que além de terem o efeito biológico, ainda tem o psicológico, seja porque neuromediadores este funcione (se funciona).
Um bom placebo para mim, são umas boas férias.
sábado, 20 de junho de 2009
Desflorestamento da Amazónia não é solução.
Uma analise rigorosa para a sustentabilidade da nossa sociedade a longo prazo impõe-se.
É ou não é uma necessidade imperiosa para o bem estar e crescimento económico das populações que vivem nestas áreas ou na orla delas?
Sem ir mais, longe, sem precisar de repetir clichés tipo "pulmão do mundo", "reserva de biodiversidade", que até tem a sua razão de ser, um estudo publicado na Science e divulgado aqui no excelente blog "Discutindo Ecologia" mostra que não é necessariamente assim.
Usando vários factores para estudo, as conclusões são que se esta a "queimar" a Amazónia sem vantagens a longo prazo.
Ver muito mais aqui:http://scienceblogs.com.br/discutindoecologia/2009/06/desmatamento_nao_leva_ao_desen.php
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Simon Singh vs B.C.A. update. As evidencias da Quiropratica.
Há 15 meses atrás a BCA ( Associação Britânica de Quiropratica) processou o jornalista de ciências e licenciado em física Simon Singh por difamação. Simon Singh foi considerado culpado (1), porque segundo o Juiz, o termo "bogus" com que Singh adjectivou esta prática, implicava que os chiropráticos teriam consciência de estar aconselhar tratamentos sem suporte cientifico nenhum. Simon Singh disse que não era essa a sua intenção, que era apenas de dizer que a chiropratica não funcionava e que não tinha provas a seu favor.
Simon Singh recentemente deu a conhecer que ia apelar da sentença(2). E passados 15 meses, a BCA avança pela primeira vez com a apresentação de um conjunto de artigos (3) que diz representarem prova de que a Quiroprática tem base cientifica.
Ainda não vi os artigos um por um, mas já li que foram despedaçados pelos bloggers mais sépticos. O que eu notei logo, assim que li a lista, (o que foi pena só ter sido hoje), é que quase todos os artigos foram publicados em revistas ou jornais do ramo.
Como disse aquando fiz a revisão do que era a quiroprática(4), era de esperar que quando se fazem alegações de algo que não é cientificamente plausivel e se encontra provas reproduciveis disso, que se faça a publicação em grandes revistas cientificas e com rankings elevados. Vá lá! A fama e a glória eram garantidas. Isto é, se não há marosca nos estudos.
O Journal of manipulative physiology and therapeutics, o Journal of complementary and alternative medicine, o Journal of american Osteopathic association, são todos nomes de levantar alguma cautela. Porquê? Então toda a evidência que há a favor da quirópratica foi publicada quase apenas em jornais de medicinas alternativas (4 exepções nos 29 casos apresentados)? Em ciência há suporte mutuo das diversas areas com a medicina e dentro da própria medicina (cientifica). Tem de haver alguma interdisciplinaridade e os fundamentos de novas práticas têm de ser provados no seio do conhecimento cientifico vigente. Ou então temos o caminho aberto para a situação que escarneci ontem (5).
Ha! E tem uma Cochrane review. O que diz? Que a evidencia para o tratamento da enurese é fraca. Até me surpreende que esteja na lista.
E depois, la estão as alegações de tratar cólicas, tratar otites em crianças, tratar a asma e até enurese... Tudo coisas que os "bons quirópraticos" nunca dizem que tratam, que são apenas algo como massagistas ultra-especilizados que não ultrapasssam determinadas competências.
Afinal a BCA, e tinha lido o contrário, pertence mesmo ao ramo da quiroprática que não funciona. Será que existem realmente os tais quiropráticos que se ficam pelas massagens e actuam em consonância com os médicos? Eu espero que sim, mas então repito a pergunta: Porque se identificam com esse nome? Assim nem críticos nem pacientes os conseguem distinguir. E isso faz-me pensar que se calhar também há mais aqui do que o que parece.
Neste momento, começa-me a parecer que o processo se esta a virar contra quem o originou, porque para além das acusações de boicotar a liberdade de critica na ciencia, que atingem também o sistema Inglês, começa a vasculhar-se muito na pseudociencia. E quanto mais se vasculha na pseudociencia mais obvio é que de uma pseudociencia se trata.
(1) Simon Singh perde para a BCA: http://cronicadaciencia.blogspot.com/2009/05/nao-denunciem-ou-nos-processamos.html
(2)Acerca do apelo da sentença: http://cronicadaciencia.blogspot.com/2009/06/liberdade-de-ciencia.html
(3) provas apresentadas pela BCA: http://www.chiropractic-uk.co.uk/gfx/uploads/textbox/Singh/BCA%20Statement%20170609.pdf
(4) revisão breve sobre Quiroprática: http://cronicadaciencia.blogspot.com/2009/05/quiropratica.html
(5) http://cronicadaciencia.blogspot.com/2009/06/peer-review.html
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Peer-review, but beware of the peers
Noticias de um artigo falso e jocoso a serem aceites numa revista de "peer-review", como aconteceu mais uma vez ainda recentemente, são sempre um pouco preocupantes. Mas temos de aceitar que não existe processo sem falhas.
Provavelmente, a melhor resposta, é procurar o "peer-review" ( se tem ou não) e além disso, observar em que posição do ranking (1) se encontra a revista. Quem são os autores, que interesses têm, a quem pertence a publicação e que interesses tem. Qual a area de divulgação, etc...
E era aqui que eu queria chegar. É que falhas no "peer-review" fazem parte do processo, porque errar é humano, e ainda não são assim tão preocupantes (ok, às vezes são). Mas maus artigos acabam por ter pouco impacto. Ficam para a história.
Agora, artigos com resultados extraordinarios mas falsos, destinados a alterar a matéria de facto com que a ciência lida? Publicações com "peer-review" que foram criadas com o propósito de fazer avançar crenças descabidas?
É que a revisão pelos pares, agora existe em qualquer publicação pseudocientifica. Artigos de Hocus-pocus, revistos por pares de especialistas em Hocupologia e publicados na "Journal of European Hocupology" são Hocus Pocus na mesma. É preciso ter muito cuidado com os artigos que aparecem citados nas paginas de pseudociências a provar a sua realidade.
É que a revisão por pares faz parte do método cientifico, mas é suposto ser apenas quando vem na sequência da aplicação do método cientifico e não da adivinhação ou crença da treta.
E estes artigos e revistas representam uma ameaça ainda maior que o erro no "peer review", sobertudo a nivel da opinião publica que é onde se pretendem mostrar, mas também para a própria comunidade cientifica porque minam a credibilidade de um aspecto tão importante da ciencia.
É preciso denunciar essa pratica.
(1) existem vários metodos de colocar as publicações e os próprios artigos numa escala hieraquica. Mas fica para outro post.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Ciência "à priori"
Uma resposta razoável para este risco estabelecido é para o filósofo se retirar para dentro daquelas áreas conceptuais aonde há pouco ou nenhum perigo de alguma vez dizer alguma coisa que possa ser refutada (ou confirmada) pela descoberta empírica.
Outra resposta razoável é estudar, na nossa cadeira-de-braços, os melhores frutos do laboratório, os melhores esforços dos teóricos ancorados no empirismo e então procedermos com a nossa filosofia, tentando eliminar os obstáculos conceptuais e até saindo um pouco "fora-de-pé", no interesse de clarificar, de uma maneira ou de outra, as implicações de uma ideia teórica particular.
No que toca a assuntos conceptuais os cientistas não são mais imunes à confusão que os leigos. Afinal os cientistas passam ainda um bom bocado do seu tempo nas suas cadeiras-de-braços, tentado interpretar os resultados das experiências de todos, e o que eles fazem nesses momentos mistura-se imperceptivelmente com o que fazem os filósofos. Assunto arriscado, mas revigorante."
Daniel Dennet in "Consciousness Explained", appendix A for cientists.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Semana da Homeopatia
A Associação Britanica dos Homeopaticos declarou que esta era a semana da consciencialização da homeopatia (14-21 Junho) . Mais concretamente na lingua original:"Homeopathy awareness week" (1).
Pois bem, eu acho a ideia óptima. Vamos nessa. Comecemos pelo principio.
O que é a homeopatia?
A homeopatia é a pratica baseada na afirmação que se encontrarmos uma substancia que produza os mesmo sintomas de uma determinada doença e diluirmos até ficar quase com agua pura, temos uma cura para essa doença. Assim, como que por magia. Resumidamente, parecido cura parecido: "Like cures like".
O hocus-pocus é bem refinado. Na realidade, enquanto se fazem as diluições tem de se bater com os recipientes na vertical um certo numero de vezes. Não ter que se efectuar cantigos pré-históricos é uma sorte. Mas dizem eles, que assim tiramos proveito da chamada "memória da agua"(2). algo que será uma realidade comprovada noutro universo e publicado entre nós no "European Journal of alternative chemistry", edição imaterial 2009, Chamon et al, pag 267.
O que há de cientifico ou racional na afirmação anterior? Nada, nickles, niente, rien. A ideia que os parecidos tratam os parecidos (like cures like), foi tirada da cartola por um médico, há seculos atras, chamado Samuel Christian Hahnemann, e baseada numa única observação por ele feita.
Depois disso foram descobertas as causas infecciosas, tóxicas, degenerativas, traumáticas, neoplasicas, congenitas e vasculares das doenças. Mas os homeopatas não deram por isso. Continuam a dizer que são os miasmas. Miasmas, duendes, podia ter-lhes dado para outra coisa qualquer. Porquê os miasmas, é um mistério para mim.
Quem achar que a vacina é um exemplo funcional de homeopatia também se desengane. As vacinas são compostas por partes do agente que causa a doença ou por este agente morto ou atenuado e muito importante é que não causam os mesmo sintomas da doença. That's the point of it! Nem são estupidamente diluidas como se não houvesse amanhã.
Continuando. A parte das diluições também não tem justificação na química e física actuais. A explicação de que a agua tem memória só fica na memória por uma tentiva de fraude famosa aquando dos seus testes para a revista Nature e a que o grande Randi assistiu. Tst, tst, not the way to go.
E depois é a tal coisa da cura. Não é uma afirmação de que trata ou melhora. É que cura! Actuando directamente sobre os miasmas a agua activada actua holisticamente sobre o corpo todo e CURA a doença. Com agua. Que ataca os miasmas. Certo? Não errado. Como mostram os estudos metodologicamente correctos e idóneos, não publicados em revistas como o "American journal of vudu and homeopatich praise".
Semana da consciencialização acerca da homeopatia. Vamos a isso. Espero que os meus colegas bloguistas de ciência alinhem.
(1)http://www.trusthomeopathy.org/what_you_can_do/homeopathy_awareness_week.html
(2)http://www.trusthomeopathy.org/research/how_homeopathy_might_work.html
sábado, 13 de junho de 2009
2,5 mil milhões de dolares depois não há novos tratamentos "Alternativos"
E esse problema é o económico. Está a gastar-se demasiado dinheiro para a falta de resultados que se tem nas medicinas alternativas. Acho que é tempo de parar, olhar para os estudos que já existem e avaliar se faz sentido continuar.
Como tenho aqui escrito, estas "medicinas", não chegam a ter mais efeito que o placebo, excepto em casos muito raros, que de qualquer modo não representam nunca uma descoberta crucial para o tratamento de algo.
Se houvesse alguma plausibilidade nas explicações que apresentam, ainda faria sentido continuar a investir, mas com a ausência de resultados que há, aliada à implausibilidade "a priori" destas curas de fantasia, parece-me que a maior utilidade de continuar estes testes é ter mais argumentos para manter estas práticas longe dos hospitais e para melhor poder divulgar ao publico a sua ineficiência.
A maior parte destas medicinas, com excepção da fitoterapia, apresenta explicações cuja lógica pertence só ao seu universo, e avança conceitos que a serem provados, não só revolucionariam a fisiologia e patofisiologia, como a química e a física.
E poucos acham incrível que se ponham em causa fatias brutais do conhecimento científico, com teorias tiradas do chapéu, enquanto se tenta aplicá-las directamente em seres humanos sem mais nem ontem. Sem sequer estudos de segurança. Pacientes que sempre à espera da panaceia universal se apresentam como uma espécie de cobaias num trapézio sem rede. Porque não há uma rede de vigilância abrangente. Não há uma Ordem. Não há notificação quando as coisas correm mal.
As razões porque tal fenómeno segue um aumento de popularidade, (para além de má divulgação científica), estão ligadas à dificuldade de provar a ineficiência destes tratamentos de um modo rigoroso sem gastar tempo e muito dinheiro.
Os factores que levam a que isto seja caro e exigente estão explicados no meu primeiro post sobre medicinas alternativas (2) mas são sumariamente: A necessidade de grupos grandes de pacientes em amostra aleatória, bem diagnosticados, e os testes duplamente cegos e com controlo - para compensar fraude, remissões espontâneas de doenças autolimitantes, efeito placebo, ciclos normais de variação de sintomatologia, etc.
Por fim, noto que estes 2,5 mil milhões de dólares não saíram dos bolsos dos contribuintes portugueses, foi dos americanos, mas a penetração das medicinas alternativas é igualmente alta cá.
Não devemos aprender com o que vem de fora?
(1)http://www.msnbc.msn.com/id/31190909/ns/health-alternative_medicine//
(2)http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/10/medicinas-alternativas-e-as-outras-uma.html
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Sobre a visão a cores no mundo animal.
Por duas linhas de investigação diferentes, podemos confirmar que eles distinguem algumas cores. Vêm o mundo em tons de violeta, azul, e amarelo. Cor de laranja, verde e amarelo são vistos da mesma maneira, não são distinguidos. O vermelho deve ser visto como amarelo e o azul-esverdeado como branco.
terça-feira, 9 de junho de 2009
O Eclipse e o Dragão
Funcionava sempre.
Occam e os OVNIs
O princípio da parcimónia diz que a explicação mais simples é provavelmente a mais correcta. E a explicação mais simples para coisas pretas (ou cor de rosa) no céu em fotografias não são máquinas voadoras produzidas por superinteligências de outra galáxia.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Tanto em tão poucas palavras...
"[...] Está absolutamente correcto (excepto no que diz respeito à acupuntura possivelmente ajudar em algumas condições, uma afirmação para a qual a evidência é dúbia na melhor das hipóteses). As Ervas, se fazem alguma coisa, são drogas (ou contêm drogas(1)). Por vezes são adulteradas de propósito com drogas. Frequentemente, os suplementos são feitos por subsidiárias de grandes farmacêuticas, operando sob um nome diferente, de modo a não arriscar a reputação da companhia mãe, mas, acima de tudo, para não desiludir os crédulos à procura de curas "naturais" intocadas pelas grandes farmacêuticas."
(1) drogas é tradução abusiva de "drugs" que quer dizer "princípio activo" ou "medicamento". Foi uma opção estética na tradução.
Orac, no blog "respectfull insolence":
http://scienceblogs.com/insolence/2009/06/the_infiltration_of_woo_into_medical_aca.php#more
Sobre o que ele diz em noticias da Associated Press:
http://www.msnbc.msn.com/id/31188920/ns/health-alternative_medicine/
e sobre contaminates na "herbal":
http://www.msnbc.msn.com/id/31088175/ns/health-alternative_medicine/
sábado, 6 de junho de 2009
Sociedade da Terra Plana. No coments.
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March 05, 2007, 01:19:19 PM
Daniel
Administrator
Posts: 460
Flat Earth FAQ - Read This!
Many thanks to joffenz for his hard work on this FAQ..Last update on 21/4/2009 by Jack.Welcome to the Flat Earth Society!Thanks for taking the time to go through this FAQ. It was created in light of the realization that for someone with a "round-Earth" (RE) background, the FE theory would appear at first glance to have some glaring holes.Recently we have had many new members joining us and asking the same questions about these holes, so joffenz decided to make a FAQ. While the original version was mostly complete, it's a work-in-progress, and we occasionally do make corrections based on inconsistencies that are raised.I'm just making a sticky out of it so that no one will have an excuse for starting a thread about a topic that's already been discussed and debated to death. It will be updated as necessary.DisclaimerThe opinions and beliefs expressed in any posts do not necessarily reflect the beliefs of The Flat Earth Society Forums.The Flat Earth Society Forums' goal is to promote the free discussion of The Flat Earth Theory as well as the free discussion of and debate of any topic of interest to our members that do not contradict Forum Rules. The views of any individual or organization (including that of the old Flat Earth Society run by Charles K Johnson) are not necessarily shared in whole
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Medicinas Alternativas a votos dia 7 (bem, pelo menos no meio de outras coisas)
Mas nas próximas eleições de dia 7, existem 2 partidos que me parece querem fazer avançar o "envelope" das medicinas alternativas. Na direcção errada.
Talvez eu tenha percebido mal, mas penso que não. O MPT diz assim:
«Reconhecer as instituições nacionais e estrangeiras com idoneidade para ministrar formação no âmbito das medicinas não-convencionais, bem como os títulos necessários ao exercício profissional».
Acho que esta posição é anti-ciência. Tratam-se de pseudociências a serem equiparadas a ciências.
A duvida é maior na frase do BE, exactamente o que eles querem dizer?
É assim o extracto de texto:
"um debate em torno das medicinas ditas tradicionais ou alternativas, tantas vezes omitidas e ocultadas, e abrindo espaço para a sua implementação e complementaridade"
Debate acho que sim. Separar a ciência da pseudociência, sim. Mas abrir "espaço para a sua implementação e complementaridade"?
Acho que isto quer dizer que o BE propõe implementar as medicinas alternativas e complementares como se fossem alternativas e complementares de facto. Mas os dados obtidos experimentalmente não suportam que isso seja verdade, excepto eventualmente em alguns casos muito específicos. E em termos de plausibilidade à priori ainda menos.
Não estou aqui agora a propor legislar contra. Mas deixo a questão se devemos legislar a favor e se não é esse o sentido da frase.
Nota:
As citações são de fonte secundária, vêm do já muitas vezes aqui citado blogue "Que treta", do Prof. Ludwig Krippahl. Aparentemente estamos em desacordo com o sentido literal da frase. (1)
(1)https://www.blogger.com/comment.g?blogID=29251019&postID=6598913946874855609
Leitura adicional sugerida:
http://cronicadaciencia.blogspot.com/2009/06/medicinas-alternativas-lei-e-o.html
ou
http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/10/medicinas-alternativas-e-as-outras-uma.html
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Liberdade de crítica na ciência.
Simon Singh anunciou hoje que vai recorrer da decisão do Juiz. Eu fico muito satisfeito com este anúncio. Espero que o mal seja corrigido e que a crítica científica fique fora do ambito da difamação.
Para mim ( e não só) estão simultaneamente em jogo a liberdade de expressão e o processo normal de progresso do conhecimento por debate e discussão. Vivemos numa "aldeia global", desculpem o cliché, e o que se passa lá fora, influencia cá dentro. Por isso, mesmo que isto se esteja a passar em Inglaterra, penso que nos afecta a todos. Todos os que acreditamos e dependemos da ciência. E pela ultima vez que vi, era uma data de gente.
Nos estados unidos a blogosfera está tão inflamada como em Inglaterra. Simon Singh confessou que o processo o tem desgastado imenso e se não fosse pelo apoio que recebeu não teria agora escolhido continuar.
Quem tiver interessado em saber mais deixo aqui o link para o post do Phil Plait do excelente Bad Astronomy e do site Sense About Science, na pagina do "registo para manter os processos de difamação fora da ciencia".
http://blogs.discovermagazine.com/badastronomy/
http://www.senseaboutscience.org.uk/index.php/site/project/333/
Escrevi sobre o processo legal aqui:
http://cronicadaciencia.blogspot.com/2009/05/nao-denunciem-ou-nos-processamos.html
e sobre quiropratica aqui:
http://cronicadaciencia.blogspot.com/2009/05/quiropratica.html
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Medicinas Alternativas, a Lei e o Relativismo.
Não confundir relativismo com relatividade. Na relatividade as leis são as mesmas, as medições pontuais é que são diferentes. Na relatividade vivemos todos no mesmo universo, no relativismo ((na forma que eu estou a criticar) cada um vive no seu. Idem aspas para os fenómenos quânticos que dependem do acto de observar. Quem ainda não sabe o que é o Gato de Schrodinger, xô, vá descobrir. E depois volte.
A Ciência, como se pode adivinhar, é maioritariamente, largamente, e essencialmente anti-relativista. Exceptuando, li algures, algumas franjas intelectuais menos brilhantes na sociologia e psicologia que insistem que a realidade varia com a nossa cultura.
Este tema foi um dos assuntos quentes das chamadas "Guerras das Ciências" que opôs as ciencias "duras", como a física, a matemática, a química, às "moles" como a psicologia e a sociologia. Como o bom senso ganhou, a selecção natural tratou de cortar as ideias mais inadaptadas e o debate é cada vez mais pequeno. Especificamente a psicologia está uma ciência cada vez mais objectiva, nomeadamente com a integração com a neurologia, e é uma ciência de pleno direito. Chamei-lhes "moles" não por escárnio mas por comparação com o termo "software" dos computadores. E depois porque nós somos moles. Não era a sério.
Surpreende então que ao ir ver o que diz a lei que regula a actividade das medicinas alternativas tenha encontrado o seguinte (1):
"Consideram-se terapêuticas não convencionais aquelas que partem de uma base filosófica diferente da medicina convencional e aplicam processos específicos de diagnóstico e terapêuticas próprias. "
O que é que isto quer dizer? Que temos doenças diferentes de acordo com a nossa filosofia? Que a tuberculose só é causada por uma bactéria em quem acredita na biologia? São afectadas pela nossa cultura? Não temos cancro se não acreditarmos nele ou for contra a nossa religião(2)?
Ou diz que apesar de termos as mesmas doenças podemos concluir que o diagnóstico pode ser feito de acordo com a nosso filosofia? O que pressupõe que haja vários processos de diagnóstico que apesar de terem filosofias diferentes dão o mesmo resultado. Mas em que universo? Os miasmas, os chis, e xis são tudo coisas diferentes e mais diferente ainda é espetar agulhas, dar agua quase pura ou fazer festinhas. Onde está a intersecção? E com a ciência moderna, que integração tem? Outra vez a mesma questão: De acordo com a nossa crença muda a doença? E se o diagnóstico é diferente em que raio se baseia o tratamento? Que consistência há nisto?
Quem quiser seguir o link, vai ver que até 2005 devia ter sido feita uma avaliação científica das medicinas alternativas. Não sei onde foi publicado esse resultado. Mas à partida, não há nada de científico sequer na lei. Ela pressupoe uma forma bastante forte de relativismo. Chamem o Dawkins!
A visão da ciência acerca das medicinas alternativas e complementares, é que tem de se submeter ao "reality check" e testar em testes controlados, randomizados e duplamente cegos (3) se são eficazes ou não. Para já encontrou-se pouca coisa que possa ser aproveitada (4), apesar dos proponentes destas pseudociências terem invadido as universidades e se estar a gastar rios de dinheiro a testar as coisas mais incríveis.
A plausibilidade destas pseudociências, com explicações mirabolantes acerca da fisiologia e patologia é muito baixa. Isso não é suficiente para descartar o seu estudo, mas devia ser suficiente para instilar alguma cautela na sua abordagem.
Regular a sua actividade legalmente sem evidências e sem plausibilidade é um exagero. Porque de facto, só num universo relativista em que cada um tem a sua realidade ou no seu universo próprio é que é possivel que elas sejam verdadeiras terapias, mas francamente, hipóteses de isso ser verdade estão fortemente exageradas! Não neste universo.
Leitura sugerida:
http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/10/medicinas-alternativas-e-as-outras-uma.html
(1)Lei nº 45/2003 : http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_I/lei_45-2003.pdf
(2) a história de um rapaz que não admite ter cancro porque a sua religião diz que não existe, ver aqui: http://www.theness.com/neurologicablog/?p=537
(3)http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/10/medicinas-alternativas-e-as-outras-uma.html
(4)http://www.sciencebasedmedicine.org/?p=195
Mais sobre o relativismo e as medicinas alternativas:
http://www.quackwatch.com/01QuackeryRelatedTopics/altbraid.html
Desígnio Inteligente e o cunho pessoal.
Um dos argumentos centrais, sobretudo no DI, e que lhe dá o nome é de que se tem aspecto de que serve para alguma coisa, é porque tem um criador inteligente. Mais dizem, que se pode perceber logo ao olhar, que como é muito funcional, tem de ter um criador esperto.
Dão como exemplos, repetidas vezes, artefactos que se possam encontrar - de arqueologia - em que se topa logo que tem um criador inteligente e que não se confundem com uma pedra (ou outra coisa que pode ter um criador mais burro). Que espanto. Mas embora as pedras até sirvam para alguma coisa, estamos a falar de coisas mais complexas, como por exemplo um vaso. Mas também ninguém vai começar logo a dizer que foi Deus que terá feito estes artefactos, (se bem que sempre me impressionou a perfeição daquelas laminas de sílex lascado) ou confundir um pergaminho de Nag Hammadi com fosseis de vegetais.
A questão aqui, é que à semelhança de uma ilusão de óptica, estes pseudocientistas procuram abusar de um ilusão cognitiva, a primeira de uma série delas. Passo a explicar:
O cérebro humano, para aumentar a velocidade como reconhece coisas, funciona à base de identificação de padrões e compartimentalização de conhecimento. Desde um nível muito baixo, como por exemplo, na reconstrução dentro do cérebro de uma imagem captada pelo olho (Googlem ilusões de óptica para ver consequências disto) até um nível mais elevado do processamento cognitivo e intelectual. Identificar e reconhecer uma rã leva apenas instantes para a maioria de nós, porque a encaixamos imediatamente no local certo. Não precisamos de estar de cada vez a seguir um algoritmo exaustivo como se fossemos taxonomistas virtuosos. O padrão é reconhecido e depois, até mais facilmente podemos buscar o resto da informação (tipo é vertebrado, sofre metamorfoses, etc).
É claro que por um conjunto de razões temos facilidade em reconhecer artefactos humanos ou obras de arte mal olhamos para elas. Mas não é por terem um criador inteligente. O que nós reconhecemos mesmo são os padrões que utilizamos para construir coisas. Podemos muitas vezes, instantaneamente, dizer imediatamente do que se trata e até onde foi feito (ex: calculadora digital, relógio, feito na china).
Agora, chegando a esta fase, os criacionistas pedem que o único critério e padrão que nós usemos seja o da complexidade e utilidade, para juntar uma série de outras coisas àquelas que têm origem humana. Por tudo na mesma gaveta sobre o rotulo "Criação Inteligente".
Depois, como não vão dizer, "estão a ver, os dentes servem para trincar, logo foram feitos pelo homem", tem de dizer que foram feitos por outro criador inteligente e que mais esse criador tem de ter tido intencionalidade - é essa a característica que eles querem confundir com a percepção de complexidade e utilidade. Mas, se prestarmos atenção, a ilusão é desfeita ao debruçarmo-nos sobre a questão:
Mas não há outra maneira pela qual estas estruturas, (seres vivos) se possam ter surgido?
Eles querem que isto, o argumento DI, seja um pressuposto, para depois terem de concluir que foram aliens que criaram os animais, perdão que foi Deus. Mas é ao contrário. Só podemos concluir que é obrigatório ter origem inteligente e intencional senão houver uma explicação melhor. Porque pelas caracteristicas sabemos que não foi o homem e precisamos de colocar uma entidade extraordinária no processo, que sendo intestável (sim, a hipótese Deus é intestável) tem de ser postulada, não só a sua existência, mas também o seu papel de criador. Violando o principio de Occam.
Adicionalmente, existe uma muito boa explicação para o surgimento de formas de vida tão bonitas e incríveis. Chama-se modelo evolutivo, ou síntese evolutiva moderna.
Por mais que lutem os fixistas de várias religiões, as confirmações da evolução vêm por várias linhas de confirmação diferentes e são consistentes e convergentes. Como eles têm vindo a demonstrar, é preciso andar a escolher a dedo entre o que é ciência e o que não é para dizerem que são amigos da ciência (se calhar só para poderem continuar a jogar computador) e que a evolução não é ciencia. Que é mito materialista. Treta.
Agora a parte mais curiosa.:
A selecção natural poderá ser em si considerada um processo inteligente (mas não consciente, característica que lhe falta para que a comecemos a venerar). Matematicamente a ideia tem sido explorada na informática em programação de algoritmos genéticos.
Mas mais interessante ainda é existirem suspeitas de que o funcionamento do nosso cérebro, mais concretamente a inteligência seja muito semelhante à evolução. Perante um desafio, novas sinapses se formam em grande numero e depois só ficam as que servem para um circuito neuronal funcional. Conseguem ver a analogia com mutação (criação de diversidade) e selecção natural (synapses inadequadas ou não utilizadas perdem-se)?
Também aqui a natureza se repete. A evolução deu origem à inteligencia que não é mais que um processo evolutivo mais sofisticado (um pouco de antropocentrismo faz bem ao ego). Sim, porque em toda a sua diversidade, a Natureza repete-se. E o mundo vivo ainda mais. Essas semelhanças permitiram construir uma árvore da vida que sugeriu a evolução a Darwin. Os fixistas dizem que isso é antes prova de que existe um Criador comum.
No outro post de anteontem chamei a isto o argumento da falta de imaginação do criador". Eu não estou de acordo, volto a dizer que eles é que argumentam nesse sentido. Mas estive a pensar no assunto. Sendo a evolução um processo criativo e não me parecendo que tenha pouca imaginação, apesar de se repetir, (e uma vez que já vimos é análogo ao processo de inteligência), acho que era mais sensato, e depois de tudo o que sabemos apontar para algo como uma marca de artista ou cunho pessoal do artista. Se a evolução tivesse consciência, o que não tem.
Mas tem definitivamente um padrão que podemos identificar num instante. Os artistas chamam orgânico a esse aspecto, e vêm-no na arquitectura, escultura, etc... A evolução explica o aspecto orgânico e repetitivo através da ascendência comum a viver num mundo comum a adaptar-se progressivamente. Eles explicam-no através do Criador comum.
Porque os fixistas insistem que o criador, omnisciente e omnipresente tinha um cunho artístico pessoal, ultrapassa-me.
A não ser que ele tenha criado o mundo biológico... Evolutivamente!
Mas depois desta conversa toda, e para ser sério, tenho de sublinhar o que interessa. O argumento de designio inteligente tem de ser provado e não servir como prova. É tudo.
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(1) materialismo já não é obviamente dizer que a matéria é tudo o que existe, mas antes que o universo pode ser estudado através de efeitos mensurados na matéria. Se não acontece, não existe. Se existe, é preciso procurar onde causa efeitos. Para saber mais perguntem a um filosofo.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Wishfull Thinking and all Spooky Action at a Distance
A confusão entre factos e opinião é muito frequente. E na lógica perversa daí resultante, desenvolver argumentos usando a liberdade de opinião como se fosse estensivel a liberdade de factos, também é comum. É a segunda vez que escrevo sobre este assunto (1), mas ontem e hoje deparei-me novamente com este tipo de argumentação em comentários na blogosfera e teve de ser.
Não percebo ainda como algumas pessoas parecem julgar que aquilo em que acreditam tem algum efeito na realidade. O facto de nós acreditarmos numa coisa, ou a desejarmos muito, não altera directamente o universo que nos rodeia.
Claro que não me estou a referir a algo como acreditarmos que estamos saudáveis e isso nos fazer sentir melhor. E o efeito placebo é um facto. Mas esse efeito é medivel, objectivo e caracterizavel, e faz parte da descrição cientifica médica. Não tem nada de novo. O cerebro está ligado directamente a todos os orgãos via fibras nervosas, mas a acção sobre o universo é através do movimento de musculos. Nem que seja para dar ordens. "Spooky action at a distance" fica apenas reservada para particulas sub-atomicas (2).
Colocar as nossas crenças acima daquilo que muitos homens, em esforços unidos, conseguiram apurar, trabalhando da maneira mais rigorosa e honesta que lhes foi possivel, e discutindo aberta e intensamente os assuntos durante mais anos do que os que existem num unico tempo de vida, é um exagero. Na melhor das hipoteses, é um exagero.
Opiniões são opiniões, factos são factos. Crenças não são ciência e o universo está-se nas tintas para elas. E infelizmente, o que nós desejamos que seja real, só pelo facto de desejar, não se torna um facto. O universo é assim, mas não digam que culpa é minha ou de alguém. Só quero distinguir entre tentar conhecê-lo e acreditar que as coisas são de uma maneira ou de outra ultrapassando um estudo rigoroso.
(2)http://en.wikipedia.org/wiki/Action_at_a_distance_(physics)
(1)http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/11/opinies-so-opinies-factos-so-factos.html