Para uma abordagem e defesa do conteúdo ler aqui. Este é um pequeno post apenas para deixar a minha opinião de que o livro merece ser lido por todos.
Não é de todo verdade que, para além do titulo, o livro prometa termos verdades absolutas e respostas finais. O que promete, e entrega, é uma explicação plausível de que podemos não precisar da vontade de ninguém para criar o universo. E de que tal como vimos na evolução biológica, algumas coisas mais complexas, provém de outras mais simples. Pelo menos em espécie.
E o "overstatement" no titulo eu penso que se justifica. Apesar de tudo é apenas um titulo e é sobre este tema que o livro se debruça. E é essa a possibilidade que, embora não sendo publicada pela primeira vez, aparece aqui explicita de um modo que pode ser acessível a todos.
A inteligencia de Krauss e o seu empenho no procura de conhecimento são contagiosas. A prosa (no original) é clara e o livro peca apenas por alguma redundância que eu penso dever-se a um excesso de zêlo pela divulgação.
Quem quiser continuar a acreditar em criação divina depois de o ler, poderá continuar como sempre agarrado às suas convicções. Mas ficará a saber que é possível que tenha sido de outra maneira. E que é para lá que as evidencias empíricas apontam, mesmo se falta muito para "saber tudo"...
Cepticismo, naturalismo e divulgação científica. Uma discussão sobre o que é ou não matéria de facto.
Páginas
- Página inicial
- Teoria da Relatividade
- Mecânica Quântica
- Criacionismo
- Ciência
- Teoria da Evolução
- Medicinas Alternativas
- Astrologia
- Aquecimento Global Antropogénico
- Importância do Consenso Científico
- Teorema de Godel
- Evidência Anedótica
- Propriedades emergentes e a mente.
- Leitura a frio vs mediunismo/etc.
- O que é o cepticismo?
domingo, 29 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Pensamento analítico compete com crença religiosa.
Quando se obriga as pessoas a serem mais analíticas, sugere um novo estudo, a crença religiosa sofre. Não talvez no longo prazo, mas no momento em que esse esforço está a ser dirigido.
Isto vem em linha paralela com outra coisa que já sabíamos, de que se pode ser cientista e ter fé. O que não se pode fazer é as duas coisas ao mesmo tempo. Elas não jogam uma com a outra. São pensamentos diferentes, guiados por princípios diferentes.
Esta semana ouve um outro estudo que sugere que o pensamento analítico é aumentado ao pensar em outra lingua que não a materna.
Gostava agora de saber se pensar numa língua que não a materna pelo processo de aumentar o raciocínio analítico reduz a propensão para acreditar pela fé. A coisa devia funcionar.
Via Publico, aqui
Isto vem em linha paralela com outra coisa que já sabíamos, de que se pode ser cientista e ter fé. O que não se pode fazer é as duas coisas ao mesmo tempo. Elas não jogam uma com a outra. São pensamentos diferentes, guiados por princípios diferentes.
Esta semana ouve um outro estudo que sugere que o pensamento analítico é aumentado ao pensar em outra lingua que não a materna.
Gostava agora de saber se pensar numa língua que não a materna pelo processo de aumentar o raciocínio analítico reduz a propensão para acreditar pela fé. A coisa devia funcionar.
Via Publico, aqui
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Um Universo Vindo do Nada.
As críticas ao livro de Lawrence
Krauss com este nome estão previstas logo na introdução.
Aquilo a que ele chama
nada já não é aceite como sendo nada. Porque já é algo, nomeadamente espaço, de
onde surgem as coisas. Ele no entanto argumenta que espaço vazio é um
nada tão nada quanto é possível ser nada. É um nada tão bom como sempre foi.
Nem porque haja já as leis que
permitem que exista espaço vazio e de onde por sua vez as partículas possam
começar a pular dentro e fora da existência, isso já é algo - insistem os
críticos.
Mas por este andar, se nada é
definido como sendo mesmo nada, sem sequer existirem possibilidades de virem
existir coisas, então nunca existiu nada. Porque estamos cá.
Muito menos um nada cheio de
deus. Seja o que for que seja o nada mais nada a que nos podemos referir, com
ou sem deuses, tem de incluir a possibilidade de sofrer a entrada na existência.
Voltamos atrás. É que nada em
termos absolutos, não existe. É o que diz a palavra. Nada. Por definição e por
lógica. Se o nada não existe, algo deve pelo menos manter a possibilidade de
vir a existir. Se não houver nesse nada essa possibilidade, (com ou sem deuses), então não estaríamos aqui. E é plausível que estejamos aqui, mesmo que tudo
seja uma ilusão. Como dizia Descartes "penso logo existo".
Se disserem, não foi o nada que
tinha esse potencial de entrada na existência. Foi Deus. Então é caso para
dizer que se Deus não é nada então nada não serve para descrever o momento
anterior à existência ter surgido. Antes havia Deus e não nada. Estaremos então
de acordo que havia algo. Tem sempre de ter existido algo.
Insisto: Porque nada, nada não
existe. Nunca pode ter existido, a não
ser que ainda hoje exista. Mas é como dizer o não-existe existe. Não serve
para... Nada. E como negação da existência de outras coisas, como conceito relativo,
como em "nada de nada" ou "nada de tudo", vamos ter sempre
de chegar a um ponto onde não podemos negar a possibilidade da entrada na existência
de algo. E creio que é nesse ponto que o livro de Krauss nos deixa.
Isto tudo para dizer que temos
sempre de ter cuidado com o que queremos dizer com o conceito de nada. Que a
nada faz referencia...
O universo nasce da possibilidade
de uma flutuação quântica. Daí surgem partículas.
Claro que é um grande pontapé no sobrenaturalismo (tal com diz Dawkins). É uma
afirmação bem sustentada pela teoria cientifica e aponta para um principio onde
estamos bastante perto de não haver nada. Acrescentar um deus para um principio
tão simples é complicar as coisas. Bastante. Para a simplicidade de existirmos porque
apenas podemos existir não precisamos de juntar nada ao kit de construção que
seja complexo e com vontade própria. Isso é bastante mais longe de ser nada.
Talvez venhamos a descobrir
porque temos estas leis que permitem que apareçam partículas do espaço puro. E
depois porque existem essas leis que permitem as outras leis. E por aí fora. Mas nesse sentido vai ter de haver sempre
algo.
Mas ao que tudo indica não
estamos a caminhar num sentido de precisar de nadas omnipotentes e
omnipresentes, nem que estamos a caminhar num sentido em que nada possa
significar realmente nada.
Ou então, pura e simplesmente,
algumas coisas acontecem sem causa. Só porque podem. Mas esse é o nada de que estamos a descrever cientificamente. E não precisa de ser divinal, ao tudo indica. Não precisa de ser consciente e intencional. É apenas uma possibilidade.
O que estamos a fazer ao impor
uma criação divina é dizer que só Deus pode vir do nada sem causa inicial, mais
nada pode. Como sabemos isso já é um problema em si. Mas que assim estamos a dizer que a possibilidade de haver algo já existe desde sempre,
já estamos.
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
O futuro afecta o passado.
No mundo da mecânica quântica, claro.
Esta é mais uma peça de evidencia experimental deste fenómeno contra-intuitivo previsto matemáticamente a partir da teoria quântica por John Wheeler:
Na experiência clássica, já confirmada, um observador alterava a trajectoria passada de um electrão modificando o modo como fazia as suas medições.
Concretamente, se se dispara um electrão através de duas ranhuras e se detecta com um ecrãn incapaz de dizer porque ranhura ele passou, o resultado é um padrão de ondas que implica que ele passou pelas duas ao mesmo tempo. Mas se se detecta com "telescópios" capazes de avaliar apenas o que se passa nas fendas, verificamos que o electrão ou passa por uma ou pela outra. Muito pertinente é o facto do ecrán ser retirado da frente dos "telescópios" detectores depois do electrão passar pelas fendas!
Agora, a experiencia recentemente publicada na "Nature physics", foi feita com recurso a outro fenómeno quantico, o emparelhamento de particulas. Sumáriamente, se decidirmos emparelhar as particulas depois de medirmos as suas propriedades, elas vão dar resultados diferentes do que se não as decidirmos emparelhar mais tarde. Sabemos que os resultados são alterados à posteriori (e não antes) recorrendo a um pré-emparelhamento que nos diz o valor antes do segundo emparelhamento que é atrasado uns bilionésimos de segundo. O resultado da medição é alterado pelo que vai acontecer a seguir.
Na mecânica quantica o tempo é parecido com o espaço. A causalidade move-se em qualquer direcção. Aqui já tinha falado sobre isto ao rever o livro do Stephen Hawking "The Grand Design".
Via Ars Technica: http://arstechnica.com/science/news/2012/04/decision-to-entangle-effects-results-of-measurements-taken-beforehand.ars
Esta é mais uma peça de evidencia experimental deste fenómeno contra-intuitivo previsto matemáticamente a partir da teoria quântica por John Wheeler:
Na experiência clássica, já confirmada, um observador alterava a trajectoria passada de um electrão modificando o modo como fazia as suas medições.
Concretamente, se se dispara um electrão através de duas ranhuras e se detecta com um ecrãn incapaz de dizer porque ranhura ele passou, o resultado é um padrão de ondas que implica que ele passou pelas duas ao mesmo tempo. Mas se se detecta com "telescópios" capazes de avaliar apenas o que se passa nas fendas, verificamos que o electrão ou passa por uma ou pela outra. Muito pertinente é o facto do ecrán ser retirado da frente dos "telescópios" detectores depois do electrão passar pelas fendas!
Agora, a experiencia recentemente publicada na "Nature physics", foi feita com recurso a outro fenómeno quantico, o emparelhamento de particulas. Sumáriamente, se decidirmos emparelhar as particulas depois de medirmos as suas propriedades, elas vão dar resultados diferentes do que se não as decidirmos emparelhar mais tarde. Sabemos que os resultados são alterados à posteriori (e não antes) recorrendo a um pré-emparelhamento que nos diz o valor antes do segundo emparelhamento que é atrasado uns bilionésimos de segundo. O resultado da medição é alterado pelo que vai acontecer a seguir.
Na mecânica quantica o tempo é parecido com o espaço. A causalidade move-se em qualquer direcção. Aqui já tinha falado sobre isto ao rever o livro do Stephen Hawking "The Grand Design".
Via Ars Technica: http://arstechnica.com/science/news/2012/04/decision-to-entangle-effects-results-of-measurements-taken-beforehand.ars
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Aquecendo.
Ao contrário do que propõem os pseudocéticos do clima, a subida de CO2 que se verificou noutros períodos de aquecimento global, ao longo da história da Terra, não é consequente apenas do aumento de temperatura. Pelo que podemos saber agora com mais rigor, antecede-a.
O que aponta, para que seja nesse caso, tal com agora, uma causa do aquecimento.
Quando Fourier previu que se aumentássemos gases como o CO2 na atmosfera iríamos aquecer o planeta, isto no tempo de Napoleão, estava longe de saber que a sua teoria iria ser posta à prova numa escala global.
Mas a sua previsão estava correcta. Ao aumentarmos o CO2 o planeta aqueceu. Foi assim no passado e está a ser assim no presente. Apesar de haver mecanismos de compensação, como perder temperatura para o degelo e reter CO2 no mar. E se estes mecanismos forem ultrapassados, como por exemplo não haver mais gelo para derreter, a expectativa é que ainda seja pior.
A propósito das alterações climática mas não só, vale a pena ver o slide show que a NASA criou sobre a evolução do planeta vista. Aqui:
Bibliografia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Joseph_Fourier#Discovery_of_the_greenhouse_effect
http://www.nature.com/ngeo/journal/v5/n4/full/ngeo1430.html
http://news.cnet.com/8301-11128_3-57389154-54/oceans-are-acidifying-faster-than-ever/?tag=cnetRiver
http://www.sciencemag.org/content/early/2012/03/28/science.1217161.abstract?ijkey=c3067784ba8dd543fcbdd1e176fb0deed3e7d941&keytype2=tf_ipsecsha
http://www.nature.com/nature/journal/v484/n7392/full/nature10915.html
http://news.cnet.com/8301-11386_3-57409513-76/what-thawed-the-last-ice-age/?tag=cnetRiver
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quinta-feira, 19 de abril de 2012
Homeopatia: O que é, como não funciona e para que não serve.
A COMCEPT – Comunidade Céptica Portuguesa irá organizar uma manifestação que terá lugar no Jardim do Príncipe Real, em Lisboa, no Sábado, dia 21 de Abril de 2012, às 10 horas. A iniciativa, designada Campanha 10:23, pretende denunciar a ineficácia da homeopatia.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
1 de Abril
Neste dia é costume inventarem-se umas tretas para diversão e entretenimento.
Nunca consegui achar piada à coisa. Talvez se durante o resto do ano não houvesse um excedente de treta ainda tivesse algum sentido. Mas assim...
É como haver o dia da !"#$ em que ninguém puxa o autoclismo. É formidável!
Nunca consegui achar piada à coisa. Talvez se durante o resto do ano não houvesse um excedente de treta ainda tivesse algum sentido. Mas assim...
É como haver o dia da !"#$ em que ninguém puxa o autoclismo. É formidável!
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