terça-feira, 2 de junho de 2009

Wishfull Thinking and all Spooky Action at a Distance

A confusão entre factos e opinião é muito frequente. E na lógica perversa daí resultante, desenvolver argumentos usando a liberdade de opinião como se fosse estensivel a liberdade de factos, também é comum. É a segunda vez que escrevo sobre este assunto (1), mas ontem e hoje deparei-me novamente com este tipo de argumentação em comentários na blogosfera e teve de ser.

Não percebo ainda como algumas pessoas parecem julgar que aquilo em que acreditam tem algum efeito na realidade. O facto de nós acreditarmos numa coisa, ou a desejarmos muito, não altera directamente o universo que nos rodeia.

Claro que não me estou a referir a algo como acreditarmos que estamos saudáveis e isso nos fazer sentir melhor. E o efeito placebo é um facto. Mas esse efeito é medivel, objectivo e caracterizavel, e faz parte da descrição cientifica médica. Não tem nada de novo. O cerebro está ligado directamente a todos os orgãos via fibras nervosas, mas a acção sobre o universo é através do movimento de musculos. Nem que seja para dar ordens. "Spooky action at a distance" fica apenas reservada para particulas sub-atomicas (2).

Colocar as nossas crenças acima daquilo que muitos homens, em esforços unidos, conseguiram apurar, trabalhando da maneira mais rigorosa e honesta que lhes foi possivel, e discutindo aberta e intensamente os assuntos durante mais anos do que os que existem num unico tempo de vida, é um exagero. Na melhor das hipoteses, é um exagero.

Opiniões são opiniões, factos são factos. Crenças não são ciência e o universo está-se nas tintas para elas. E infelizmente, o que nós desejamos que seja real, só pelo facto de desejar, não se torna um facto. O universo é assim, mas não digam que culpa é minha ou de alguém. Só quero distinguir entre tentar conhecê-lo e acreditar que as coisas são de uma maneira ou de outra ultrapassando um estudo rigoroso.

(2)http://en.wikipedia.org/wiki/Action_at_a_distance_(physics)

(1)http://cronicadaciencia.blogspot.com/2008/11/opinies-so-opinies-factos-so-factos.html

2 comentários:

Arnaldo disse...

O pior é que encontramos diversas pessoas a confundir as coisas e não são capazes de adimitir que confundem por uma crença como plano de fundo.

João disse...

Sim, como espiritas, criacionistas, etc.

Eu no post confundi crenças com opiniões de proposito, porque depois temos gradações para outros niveis.