Agora que a gripe A está a desparecer, oficialmente a época de gripe passou, começam as queixas de que o alarme foi exagerado.
Falar depois das coisas acontecerem é sempre mais fácil, mas eu nem penso que se possa dizer que foi alarmismo. Talvez por ter tido uma amiga quase a morrer no hospital me dê uma visão parcial desta gripe, mas há factores que deviam ser considerados antes de dizer que houve exagero nas medidas tomadas.
Se as pessoas foram vacinadas numa escala bastante significativa porque é que é de estranhar o impacto da doença não ter sido maior? É para isso que servem as vacinas.
Se toda a gente passou a ter cuidados especiais com a transmissão por contacto, que antes não se dava importancia e a tomar medidas para a evitar, será que isso não diminuiu os numeros também?
Há mais coisas a considerar, mas para ja estas duas deviam chamar a atenção para não fazer sentido avaliar os estragos sem ter um controle com placebo...
2 comentários:
Olá João,
De facto a gripe tinha tudo para ser perigosa e alguma coisa para não o ser. Em primeiro, e o que assustou os cientistas, foi que o vírus foi o produto de uma recombinação génica entre H1N1 e o H3N2 que estavam em circulação conjunta desde 1977. O fenómeno de recombinação génica (shift antigenic) é o responsável pelas pandemias. Um factor que assustou ainda mais os cientistas foi que nos 8 segmentos genómicos que o vírus da gripe tem, haver 2 que pertenciam à estirpe de 1918 ( a pandemia de gripe mais mortal). No entanto como parte da população sobrevivente esteve em contacto directo ou indirecto com essa estirpe pode ter apresentado alguma imunidade. Por esse motivo vimos poucas pessoas idosas doentes.
O receio levou a prevenção. Se não tivesse havido tal prevenção não saberíamos o que teria acontecido.
Ola Dário:
Ainda há mais um coisa. Provavelmente o virus perdeu patogenicidade. Já li isto algures. Os ultimos casos foram menos graves. Não sei se é verdade mas posso confirmar. Isso é o oposto do que se esperava. Foi melhor assim, mas tem de se contar com o diabo.
Obrigado pelo complemento ao post e pela visita.
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