sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Depois de um ano marcado pela pandemia há razões para crer um 2021 melhor.

O ano acabou e infelizmente os negacionistas estavam enganados.


Tal como era de prever pelos primeiros números de taxa de contágio e letalidade conhecidos, o SARSCov2 mata muito mais que uma gripe sazonal, doença que já de si era motivo de grande preocupação, custos económicos e de vida, todos os anos.
O que era inicialmente especulação racional agora é matéria de facto.
De facto, só em Itália, um único país, o COVID19 matou mais que em toda a Europa a gripe mata num ano (1 e 2) . E a gripe não é nem vai ser uma doença pouco importante a que ninguém dá importância, é uma doença com um peso económico e sanitário grave e preocupante (1).
Em vários países do primeiro mundo, como Itália (3), Espanha(4), Brasil (5) e EUA (6) a COVID19, é a primeira causa de morte. Isto estabelece para lá da dúvida razoável o potencial da doença - e de como sem prevenção e a seu tempo a mortalidade é elevadíssima.
E a mortalidade não é o único problema. Sabemos que há doença prolongada que afeta muitos doentes que precisaram de hospitalização (7),(8),(9), (10) e sequelas (11) mesmo em pacientes de baixo risco (12).

Felizmente, muitas décadas de conhecimento acumulado permitiram desenvolver uma vacina durante o ano anterior ao que agora começa, um pouco do mesmo modo que um ovulo fecundado apenas demora 9 meses a transformar-se num bebé humano, mas demorou milhares de anos até que a evolução o permitisse. Mas aqueles que não temem o vírus e dizem que não é um problema, temem a vacina (que é e faz apenas uma parcela do que o vírus é e faz) em parte porque acharam este processo demasiado rápido, quando demorou um ano a implementar o que já se sabia como fazer.
De facto, testes adequados permitiram estabelecer que os riscos conhecidos para a vacina são muito menores os riscos conhecidos para o vírus (13). No curto prazo parece não haver grande margem para surpresas, com milhares de pessoas já vacinadas. Nenhuma morte (é, a vacina mata menos que a gripe!), poucas reações adversas: dentro do habitual.

Se vamos pensar no que não sabemos, só faz sentido preocuparmo-nos com o longo prazo. Mas mesmo no longo prazo, o vírus promete ser muito mais grave que a vacina, através de todas as idades. Porque (como podemos ver acima e nas ligações abaixo) o vírus promete problemas a longo prazo, mas a vacina, não. Porque a vacina não tem a atividade do vírus e é apenas uma parte pouco funcional deste. Apenas tem mRNA para produzir uma proteína, versus o vírus todo. Racionalmente, a melhor conclusão a que podemos chegar é que só será mais seguro não apanhar a vacina, num mundo onde o risco de apanhar o vírus todo é muito, muito baixo mas esse mundo não é um mundo sem prevenção contra COVID19. Esse mundo é um mundo onde a maioria tomou a vacina e conseguiu atingir imunidade de grupo. E isto deverá ser verdade mesmo para aqueles que não farão grande doença com COVID19 - a vacina é e faz apenas uma parte do que o vírus é e faz.
E não, a vacina não tem nada que entre no núcleo das células onde está o DNA e não interfere com este: usa o material de síntese proteica no citoplasma, como o vírus.
Não faz sentido ter medo da vacina e não do vírus.
E se queremos salvar a economia, que muitos dizem que é o mais importante, então este é o caminho. Continuar em negação não vai ajudar.
E não, não recebo dinheiro de nenhuma farmacêutica, e sim, a esperança média de vida tem aumentado desde que existe medicina e farmácia e não, não há maneira de ter um chip 5G com bateria e antena a passar por uma agulha intramuscular.
A motivação para escrever isto é que há razões para que 2021 seja melhor que 2020 em muitos aspetos mas para isso é preciso que as pessoas se vacinem e que o façam compreendendo porquê (não podem ser simplesmente obrigadas).
Bom ano para todos.