Para além da nossa memória, não parece haver mais nenhuma razão para que se possa afirmar que o tempo flui num sentido ou noutro. Excepto se falarmos de entropia.
A descrição física do universo é simétrica em relação ao tempo. Isto quer dizer que quando pomos um filme a andar para trás, e se formos minunciosos e cuidadosos nas nossas observações, não vamos ver nenhuma violação das leis da física. Parece não haver nada que indique em que sentido o tempo flui se não fosse a entropia.
Este conceito surgiu da observação de que em qualquer processo há sempre calor perdido, porque não se consegue 100% de eficiência. É descrito na segunda lei da termodinâmica que afirma que diferenças de temperatura entre dois sistemas em contacto tendem a igualar-se, com trabalho a poder ser obtido a partir dessas diferenças, mas que também se perderá calor, sob a forma de entropia.
A entropia foi considerada como sendo uma medida da desordem, mas é mais aceite actualmente ser uma medida da homogeneidade da dispersão de energia. Isto é, a energia tende a espalhar-se uniformemente, sendo o cenário mais provável para um sistema o da maior dispersão geral da energia. De facto o conceito evoluiu matematicamente para uma abordagem estatística que pode ser aplicada a outras áreas do conhecimento, como por exemplo à teoria da informação de Claude Shanon.
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