Crianças e chimpanzés tiveram as mesmas respostas perante um "jogo do ultimato" modificado. Um individuo podia escolher entre duas fichas, que podiam ser trocadas por premios mas requerendo para isso um segundo interveniente. Uma das fichas dava um prémio igual para ambos, outra das fichas dava um prémio que previligiava quem as escolhia.
Perante parceiros participativos a "ficha equalitária" foi a mais escolhida.
Mas quando o ajudante era passivo, não sendo precisa a sua intervenção para recolher o prémio, tanto crianças como chimpanzés optavam pela ficha que os priveligiava. Esta é também a resposta tipica de humanos adultos.
Nenhum primata reparte tão bem tarefas e resultados do trabalho como o ser humano. Embora alguns, para além do género homo, partilhem comida e recursos com familiares próximos e membros do grupo, os chimpanzés não têm sido, até agora, vistos consistentemente a entrar neste tipo de actividade pró-social - de repartir comida ou prémios.
O seu sentido de justiça não os leva a castigar infractores de terceiros, apenas ataques ao próprio, mas têm o hábito de consolar vitimas, sobretudo se o agressor se mostrar indiferente ao que fez.
Será que podemos ver aqui fundamentos de um sistema moral pouco desenvolvido? Na minha opinião, sim. São dados que sugerem que outros primatas são capazes de reconhecer "o outro" como semelhante.
Existem modelos que mostram que o conceito mais complexo e profundo de uma sociedade equalitária surge da união bem sucedida de grupos contra "bullies" fisicamente mais fortes. A meu ver, isto requer cooperação, empatia, sentimento de justiça e claro massa critica, já que derrubar alguns "bullies" bem organisados é um sarilho.
Parece-me que são versões simples mas inequivocas de empatia, cooperação e sentido de justiça o que vêmos aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário