1 - Porque o termo aquecimento global caiu em desuso?
Porque o aquecimento não se está a dar por igual em todo o planeta e há zonas onde inclusive não há aquecimento. Por exemplo, a maioria da energia retida vai para os oceanos, não para a atmosfera e continentes. Isto, pelos vistos, fazia confusão a muita gente preocupada com o nome das coisas. No entanto, a média mundial está a aumentar e nesse aspecto é de facto um aquecimento global.
2- O clima já teve variações no passado. Como podemos saber que desta vez é por nossa causa?
Porque podemos medir a quantidade de CO2 enviada para a atmosfera, medir a quantidade de energia retida devido a esse CO2 e ver se o aquecimento global é consistente com estas observações. Por outro lado, a rapidez com que está a aquecer não tem precedentes. Por fim, podemos explicar alterações climáticas do passado recorrendo a geologia, astronomia (posição relativa da Terra ao Sol), a variações no ciclo solar, etc. Coisas que neste momento não servem para explicar como estamos a guardar tanto calor. Por exemplo o Sol tem estado até a emitir menos energia, o que até é mais uma razão para confirmarmos que temos de procurar outras causas para o aquecimento.
3 - A Gronelândia significa "terra verde" na língua original em que foi batisada. Isso não quer dizer que até à pouco tempo em vez de gelo aquilo era verdejante de vida?
Os nomes servem para identificar as coisas, mas dizem muito pouco sobre elas. Podemos chamar coração a uma unha que não passamos a ter dois corações funcionais. Coisas bizarras surgem destas confusões como a constante lembrança por parte dos políticos que "crise" e "oportunidade" se escrevem da mesma maneira em Chinês (mas não em qualquer outra língua!). De facto a datação da grande massa de gelo da Gronelândia diz que ela tem no mínimo 100000 anos, o que sugere que qualquer pedacinho verdejante que houvesse quando Eric, "o vermelho" lá chegou, era mesmo pequenino.
4 - Sim, estamos a lançar CO2 para a atmosfera, e há de facto mais CO2 na atmosfera mas como sabemos que o CO2 atmosférico é maioritariamente "nosso" na origem? O CO2 aumentou sempre que a temperatura terrestre aumentou.
Porque a análise isotopica do CO2 atmosférico mostra que ele vem de fontes milenares - os combustíveis fósseis. E porque a analise de amostras de gelo mostram que o aumento actual do CO2 na atmosfera não tem precedentes para os últimos mil anos.
5 - Não há aquecimento desde 1998, (2005 ou outro qualquer), não é?
Há oscilações no aquecimento global, devido a ser um sistema tão complexo, por isso o gráfico não mostra uma curva ascendente ano após ano. É o erro de escolher amostras pequenas para tirar conclusões. E mesmo indo por aí encontramos factos alarmantes: Por exemplo, os anos mais quentes de sempre por tudo o que sabemos são 2010 e 2005. Este ano tivemos o período Junho-Agosto mais quente desde que há registo. E olhando para a "big picture" a coisa torna-se clara e mostra um aquecimento rápido global. É como dizer que a maré está a descer cada vez que uma onda começa a recolher ao mar, mesmo antes de vir a onda seguinte, quando a maré está realmente a subir. Nos oceanos podemos confirmar a mesma tendência e também antropogenia.
6 - Não há mecanismos de compensação?
Sim, há. Não estão a ser suficientes. Insistir neste ponto é como ter uma panela ao lume e insistir que não pode estar a aquecer porque o calor se pode perder para o ar à volta. Infelizmente muitos dos mecanismos de compensação naturais com capacidade para estabilizar a temperatura estão a desaparecer, como por exemplo as massas de gelo, ou o equilíbrio acido-base dos oceanos onde muito CO2 é armazenado fora da atmosfera. Insistir nisto e achar que podemos intuitivamente correr o modelo de todos os factores envolvidos, é como dizer conseguimos "dobrar proteínas" "de cabeça". Precisamos de computadores para correr os modelos.
7 - Há algum consenso? Parece que existem boas razões de ambos os lados.
Há um grande consenso sim, mas entre especialistas, que é o que importa. A quantidade de trabalhos científicos que apontam para um aquecimento não antropogénico é mínima. Entre o público em geral não há de facto consenso, o que é um problema para se conseguirem fazer politicas ambientais baseadas na ciência. Existem algumas causas de nota, para lá dos negacionistas dizerem o que todos queremos ouvir. Infelizmente o hábito de mostrar os dois lados da mesma história, em alguns média ditos "profissionais" ou até "de referencia", dando o mesmo peso a cada lado, resulta muitas vezes numa incompreensão da parte do público do verdadeiro estado da ciência. E esta é uma materia bem complicada, cheia de matemática, química e física, onde pesar os argumentos não pode ser feito pela intuição apenas. Por outro lado, a internet dá voz a todos (e ainda bem), digam o que disserem e os negacionistas climáticos são muito barulhentos (atenção: isto não se resolve com censura, mas sim com divulgação e discussão: é preciso mostrar que a melhor explicação não é a negacionista).
8 - Mas o O2 é bom para as plantas, qual é o problema?
A verdade é que há muitos mais factores a ter em conta.
9- Não é tudo uma conspiração?
Não é plausível. A maior parte das grandes industrias quer poder gastar energia à vontade. Quanto aos cientistas não há um motivo forte para que estejam a inventar dados. De qualquer modo, até os negacionistas procuram usar os dados científicos para seu proveito, se bem que tendam a escolher a dedo os que lhes interessam. Por outro lado, a teoria, os dados e as previsões dos modelos são consistentes nas questões de base. São imensas linhas de investigação que são convergentes. Podemos também referir que o aquecimento global está previsto há mais de 100 anos quando se compreendeu o efeito de estufa em alguns gases e é fácil verificar a quatidade de combustivel fóssil que queimamos por todo o mundo. Por ultimo, para algo tão complicado e envolvendo tanta gente, não haver prova direta de conspiração apesar de um escrutínio severo que envolve invasão de privacidade e tudo, sugere fortemente que não há conspiração.
10- Não é melhor assim?
Algumas coisas vão ser melhores em sítios específicos. Mas de um modo geral não. Mais energia no sistema Terra, vai dar origem a fenómenos mais extremos. Furacões mais fortes, maiores tempestades, inundações mais severas assim como secas mais graves, e piores ondas de calor, depende da geografia. O aquecimento médio e acidificação dos oceanos significa que as espécies terão um curto prazo de tempo para se adaptarem ou mudarem de localização (as que podem). Espécies agrícolas comuns pode deixar de ser produtivas nos novos climas. Factores mitigantes são necessários e os estragos gerais causados pelo aquecimento global vão aumentar o fosso entre nações ricas e pobres, até na Europa.
9- Não é tudo uma conspiração?
Não é plausível. A maior parte das grandes industrias quer poder gastar energia à vontade. Quanto aos cientistas não há um motivo forte para que estejam a inventar dados. De qualquer modo, até os negacionistas procuram usar os dados científicos para seu proveito, se bem que tendam a escolher a dedo os que lhes interessam. Por outro lado, a teoria, os dados e as previsões dos modelos são consistentes nas questões de base. São imensas linhas de investigação que são convergentes. Podemos também referir que o aquecimento global está previsto há mais de 100 anos quando se compreendeu o efeito de estufa em alguns gases e é fácil verificar a quatidade de combustivel fóssil que queimamos por todo o mundo. Por ultimo, para algo tão complicado e envolvendo tanta gente, não haver prova direta de conspiração apesar de um escrutínio severo que envolve invasão de privacidade e tudo, sugere fortemente que não há conspiração.
10- Não é melhor assim?
Algumas coisas vão ser melhores em sítios específicos. Mas de um modo geral não. Mais energia no sistema Terra, vai dar origem a fenómenos mais extremos. Furacões mais fortes, maiores tempestades, inundações mais severas assim como secas mais graves, e piores ondas de calor, depende da geografia. O aquecimento médio e acidificação dos oceanos significa que as espécies terão um curto prazo de tempo para se adaptarem ou mudarem de localização (as que podem). Espécies agrícolas comuns pode deixar de ser produtivas nos novos climas. Factores mitigantes são necessários e os estragos gerais causados pelo aquecimento global vão aumentar o fosso entre nações ricas e pobres, até na Europa.
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