Num comunicado em que nota que nunca quis fazer nada contra a liberdade de expressão, a Boiron afirma não ter intenção de prosseguir contra o autor do Blog (0).
Asneiras todas a gente faz, por isso desta estará perdoada. Só falta deixar de vender artigos homeopáticos alegando propriedades terapêuticas. (Notar que o placebo é um efeito do doente e não do medicamento).
No resto do comunidado (sim, sei ler italiano, vejam só a minha sorte) a Boiron diz uma série de coisas que não posso deixar de notar também.
Dizem que estão habituados a serem criticados mas que a origem das criticas é "compreensivel": é que a ciencia "ainda não atingiu as fronteiras do infinitamente pequeno". E eu aqui tenho de dizer, com humor, mas honestamente, que não percebo se se trata de um apelo à ignorancia, um "red herring" (algo para distrair) ou se com este infinitamente pequeno se referem à eficacia dos seus produtos! Não diria que essa eficacia infinitamente pequena não pudesse existir (conceptualmente), mas para que serviria?
Acrescentam que queriam apenas tirar as frases mais ofensivas e difamatórias, não apenas apagar o blog todo - no entanto não foi esse o pedido que fizeram ao provedor do IP. Foi que tirasse o blogue da net. Mas uma vez que o autor do Blog (0) tirou essas frases imediatamente deixou de haver razões para continuar com o processo legal.
Portanto, tudo se explica. É uma questão de usar linguagem bonita que fica tudo resolvido. Até ofereceram um livro ao Samuel (autor do Blog (0)) que dizem lhe vai mostrar "como as coisas que se dizem da homeopatia estão longe da realidade. "
O que não vem nesse livro, aposto eu, são estudos com amostras grandes, bem controlados, duplamente ou triplamente cegos e randomizados. Ver aqui porque precisamos disso.
Nota 1:
O infinito é um conceito que em absoluto e em muitos sentidos não tem realidade fisica. Se tivesse não seria infinito, certo? É um termo que os cientistas usam para dizer que algo não tem limites discretos. Seja como for, a mecanica quântica, a teoria das cordas, a matemática e até a bioquimica, têm mecanismos para lidar com o muito pequeno. Conhecemos efeitos de venenos e hormonas que existem em doses minimas (mas que continuam a ter de estar fisicamente nos corpos onde causam efeitos, a cena da memória da agua não tem a ver como infinitamente pequeno, tem a ver com propriedades que não existem).
Nota 2:
Aqui o resto da história.
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