Ontem houve mais duas notícias sobre alterações climáticas que vêm servir de pretexto e exemplo para a abordagem deste problema actual e pertinente. Refiro-me à publicação de um artigo na revista “nature” que correlaciona o aquecimento global com a intensidade crescente dos furacões e à noticia de uma prateleira de gelo do tamanho de Manhattan se ter desprendido para o mar, na ilha de Ellsmere, no árctico Canadiano. E o problema compõe-se pelas alterações climáticas por um lado e por outro lado pela resposta insuficiente por parte do homem perante este cenário, sustentada por muitos que negam que essas alterações sejam causadas pelo homem. (Há quem negue o aquecimento global de todo, e quem apenas negue que seja causado pelo homem). Já li hoje comentários às notícias onde os defensores de um lado e de outro chegam aos insultos mútuos. No entanto a comunidade científica que se dedica especificamente a esta matéria, ao contrário do que se diz, é bastante consensual a culpar a actividade humana por este fenómeno que não prevê a alteração do ambiente no sentido mais conveniente à espécie humana. Estes cientistas dizem que a produção de gases com efeito de estufa aumentou drasticamente no fim do século XX e que está a ter como consequência o aumento das temperaturas médias em torno do planeta. O famoso gráfico em stick de hockey que mostra as temperaturas estáveis durante séculos (últimos 1000 anos) e a subir em flecha no fim do sec XX recebeu recentemente mais uma correcção em sentido positivo. Como tudo no mundo científico, esta sempre passível de ser melhorado. Digo, revista positivamente porque, com pequenas correcções, se concluiu mais uma vez que constitui a melhor aproximação possível para representar as variações de temperatura verificadas durante esse período e sugere que um aquecimento deste tipo é inédito nos últimos 1000 anos. Claro que quanto mais para traz no tempo andarmos maior a margem de erro mas é mesmo possível que estejamos a viver os dias mais quentes dos últimos 1,000,000 anos… Claro que o nosso planeta já foi mais quente noutras alturas, mas também era um mundo muito diferente. Não é a temperatura actual em si que esta em causa, mas sim a velocidade do aquecimento. E esse aumento coincide exactamente com o inicio da produção massiva de CO2 ( dióxido de carbono) pelo homem. Explicação mais simples? O homem queima combustíveis fosseis, a combustão liberta CO2, o CO2 é um gás com efeito de estufa, a temperatura começou a aumentar quando se começou a produzir CO2… Conclusões?
O aquecimento global é antropogénico.
Um aparte sobre o efeito de estufa. O nome é enganador, o mecanismo com que aquece a terra não é o mesmo de uma estufa. Refere-se à absorção de raios infravermelhos provenientes do solo terrestre por estes gases. Os raios infravermelhos traduzem-se em calor. O calor é novamente irradiado de volta para a terra formando-se um ciclo vicioso com uma fonte quase inesgotável, o Sol. Este fenómeno foi descrito primeiro por Joseph Fourier em 1824 (o mesmo a quem foi dado em homenagem o nome da transformada de Fourier), e estudado quantitativamente por Svante Arrhenios em 1896, muitos anos antes das coisas começarem a aquecer.
No método cientifico uma boa teoria deve ter a capacidade de fazer previsões que possam ser testadas. O principio do efeito de estufa previa portanto que se se aumentassem as concentrações de CO2 ( gás com efeito de estufa) na atmosfera que a temperatura global iria aumentar. Não era pensável sequer testar esta teoria mas infelizmente foi o que aconteceu. Aumentou-se a libertação de CO2 para a atmosfera e logo a Terra começou a aquecer. Agora de notar também que o aquecimento global não obriga a que seja homogéneo pelo planeta todo, e algumas regiões podem mesmo assinalar temperaturas mais baixas. Em média, e sobretudo bem visível nos oceanos onde as temperaturas tendem a oscilar mais devagar, há um aquecimento global. É obvio também que vamos ver oscilações nas temperaturas ao longo dos anos e haverá anos mais frios que outros enquanto que a longo prazo se verifica um aquecimento. 2008 por exemplo esta a ser mais frio que 2007 mas isso não representa uma reversão da tendência. Dos 11 anos mais quentes em registo nenhum foi há mais de 13 anos. A temperatura é medida directamente desde 1850.
Outra previsão que tinha sido feita era o aumento das tempestades tropicais, facto que estava a ser controverso porque na realidade em frequência não aumentaram muito. O que os dados revelados ontem suportam é que apesar de terem aumentado pouco em número são realmente muito mais fortes. E isso esta de acordo com a teoria.
Uma terceira previsão das teorias do aquecimento global é a chegada a um ponto de não retorno. James Hansen, climatologista da NASA acha que já o alcançamos,mas eu tenho fortes esperanças que ele esteja errado. Outros cientistas acreditam que este ponto será por volta de 2017. Será que queremos saber se é verdade?
E isso é algo que não compreendo nos negadores da teoria do aquecimento global antropogenica. Como podem ter tanta certeza do que estão a dizer ao ponto de por em risco a vida de futuras gerações e eventualmente até as suas próprias. São visíveis em muitos lugares efeitos actuais, já a acontecerem como os exemplificados nestas duas noticias.
E não, não houve uma época mais quente que a actual durante a idade média, não existem provas de que a Antárctida tenha sido verdejante (Greenland), na realidade aquilo é só rocha e permafrost e quem mais produz CO2 é quem mais tem a ganhar ao negar o aquecimento global antropogénico, não são os cientistas que ganham com esta teoria. Alias, ninguém esta a ganhar.
O aquecimento global é antropogénico.
Um aparte sobre o efeito de estufa. O nome é enganador, o mecanismo com que aquece a terra não é o mesmo de uma estufa. Refere-se à absorção de raios infravermelhos provenientes do solo terrestre por estes gases. Os raios infravermelhos traduzem-se em calor. O calor é novamente irradiado de volta para a terra formando-se um ciclo vicioso com uma fonte quase inesgotável, o Sol. Este fenómeno foi descrito primeiro por Joseph Fourier em 1824 (o mesmo a quem foi dado em homenagem o nome da transformada de Fourier), e estudado quantitativamente por Svante Arrhenios em 1896, muitos anos antes das coisas começarem a aquecer.
No método cientifico uma boa teoria deve ter a capacidade de fazer previsões que possam ser testadas. O principio do efeito de estufa previa portanto que se se aumentassem as concentrações de CO2 ( gás com efeito de estufa) na atmosfera que a temperatura global iria aumentar. Não era pensável sequer testar esta teoria mas infelizmente foi o que aconteceu. Aumentou-se a libertação de CO2 para a atmosfera e logo a Terra começou a aquecer. Agora de notar também que o aquecimento global não obriga a que seja homogéneo pelo planeta todo, e algumas regiões podem mesmo assinalar temperaturas mais baixas. Em média, e sobretudo bem visível nos oceanos onde as temperaturas tendem a oscilar mais devagar, há um aquecimento global. É obvio também que vamos ver oscilações nas temperaturas ao longo dos anos e haverá anos mais frios que outros enquanto que a longo prazo se verifica um aquecimento. 2008 por exemplo esta a ser mais frio que 2007 mas isso não representa uma reversão da tendência. Dos 11 anos mais quentes em registo nenhum foi há mais de 13 anos. A temperatura é medida directamente desde 1850.
Outra previsão que tinha sido feita era o aumento das tempestades tropicais, facto que estava a ser controverso porque na realidade em frequência não aumentaram muito. O que os dados revelados ontem suportam é que apesar de terem aumentado pouco em número são realmente muito mais fortes. E isso esta de acordo com a teoria.
Uma terceira previsão das teorias do aquecimento global é a chegada a um ponto de não retorno. James Hansen, climatologista da NASA acha que já o alcançamos,mas eu tenho fortes esperanças que ele esteja errado. Outros cientistas acreditam que este ponto será por volta de 2017. Será que queremos saber se é verdade?
E isso é algo que não compreendo nos negadores da teoria do aquecimento global antropogenica. Como podem ter tanta certeza do que estão a dizer ao ponto de por em risco a vida de futuras gerações e eventualmente até as suas próprias. São visíveis em muitos lugares efeitos actuais, já a acontecerem como os exemplificados nestas duas noticias.
E não, não houve uma época mais quente que a actual durante a idade média, não existem provas de que a Antárctida tenha sido verdejante (Greenland), na realidade aquilo é só rocha e permafrost e quem mais produz CO2 é quem mais tem a ganhar ao negar o aquecimento global antropogénico, não são os cientistas que ganham com esta teoria. Alias, ninguém esta a ganhar.
3 comentários:
Acho curioso que negue que a Gronelandia tenha sido menos gelada do que agora, porque foi precisamente por isso que os vikings lhe deram esse nome, foi por isso que foram para lá e foi por ter começado a ter invernos cada vez mais gelados que sairam de lá, no sec xiv. Curiosamente quando se entrou naquilo a que chamam a pequena idade do gelo, que era quando se fazia a feira do gelo no Tamisa e que alguns cientistas acham que ainda estamos a sair dela. Negar factos históricos é uma espécie de efeito big brother, reescrever a história para justificar a actualidade.
Aquilo debaixo do gelo é só pedra. Eles não estiveram la por causa daquilo ser um paraiso. E j
a vinham do frio (sobretudo dinamarca)
Os relatos das sagas vickings têm de ser lidos com cautela, não ha confirmação independente.
Têm menos valor que estudos cientificos sobre quantas eras passaram por aquele gelo.
"Os relatos das sagas vickings têm de ser lidos com cautela, não ha confirmação independente. "
Não me refiro à presença na nova escocia ou gronlandia, refiro-me ao clima.
Que aquilo alguma vez tenha sido verde (greenland ou vineland) é altamente improvavel. Se lhe deram esse nome foi por razºoes politicas, mais que provavelmente.
Eles chegaram seculo 10 e no sec. 17 quando se foi procura-los não estava la ninguem.
Va-se la saber porque.
Inventar estas coisas para contrariar informação cientifica séria é que triste.
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