1-Enquanto que a Igreja Anglicana perdoa a Darwin e mostra que Religião e Ciência não precisam de andar à batatada, membros da Royal Society (UK) querem a demissão do seu director para a educação depois de este ter proposto que se ensinasse criacionismo nas aulas. Michael Reiss já veio explicar-se e retratar-se mas os estragos estão feitos. A sua carreira entre os cientistas provavelmente acabou, vai ter de voltar para a Igreja que foi de onde ele veio. O debate está agora também no Reino Unido, mas trata-se de um país com uma forte tradição cientifica e não acredito que atinja as proporções escabrosas das americanas. Quando o debate for sério em Portugal vai ser mais complicado.
Saramago, o nosso único Nobel vivo, dedica uma entrada no seu recém nascido blogue ao assunto do perdão a Darwin, mas apesar de um excelente estilo literário, menospreza e ridiculariza o facto. Não deixa no entanto de dar uns valentes pontapés no criacionismo. Vale a pena ler.
2-O criador da World Wide Web, Tim Berners-Lee, pede que seja implementado um sistema de classificação de sites baseados na sua credibilidade e dá como exemplo para explicar esta nessecidade a facil proliferação de cultos pela internet ou das teorias sobre os perigos do LHC. Eu acho que a Internet não precisa deste tipo de classificação institucionalizada acerca da credibilidade dos sites. Tem de ser livre para o bem e para o mal. Quem é que determina o que é certo e errado (Não estou a falar contra controlos parentais ou de permitir sites que alimentem ódios e afins!) Os motores de busca? Quem quiser saber o que diz a Britannica sabe onde ir procurar... E para ser feito pelos utilizadores comuns parece-me redundante com todos os forums e enciclopédias on-line que há para aí. Pelo menos enquanto a Wikipédia funcionar tão bem. (De um modo geral, pelo menos em língua inglesa, como é uma sintese originada em centenas de milhares de utilizadores com as mais variadas opiniões, acaba por ter artigos neutros e muito bem desenvolvidos. Uma espécie de peer review ao vivo e a cores). Já para não falar que existem sites que são a versão on-line de publicações mais antigas e com uma reputação a manter. O que é preciso é estimular o espirito critico e habitos de investigação.
3-O ártico descongela a níveis mínimos e a antarctida cresce. Parece contraditório mas não é. São mais noticias de alterações climáticas.
No seio da ciência a modelização atravessa maus dias, (ver revista Nature: "pushing the modelling envelope" nas histórias de hoje) e os defensores de "o-clima-até-pode-aquecer-mas-não-tem-nada-a-ver-com-o-facto-de-estarmos-a-fazer-a-maior-fogueira-da-história" rejubilam. Os modelos quase sempre dizem o que eles não querem. E não percebem que o que esta em causa é mesmo a ciência da modelização, não as teorias climáticas. Por acaso o facto de a antartida estar com mais neve já tinha sido previsto anteriormente... Através da modelização! Foi sorte se calhar.
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