quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Quantas dimensões tem o universo? E se forem só duas?

O numero de dimensões necessárias para explicar o universo é um assunto de grande discussão cientifica.
Há muito tempo que percebemos que precisamos de pelo menos 3 para descrever o espaço. Podemos medir e quantificar espaço em três direcções diferentes. Pelo menos é o que parece.

Einstein mostrou que para determinadas observações que envolvessem qualquer medida de tempo, temos de usar 4 dimensões, em que o tempo é manipulado como uma dimensão adicional [ao espaço] da entidade maior espaço-tempo.

Pouco depois, alguém mostrou que se usássemos 5 dimensões se podia explicar muita coisa. E a teoria das cordas, que explica tudo como se fossem cordas uni-dimensionais a vibrar, (mais recentemente inclui as branas que são bidimensionais), requer dimensões cada vez em maior numero (10, 11 no caso da teoria M). Doze foi um numero simpático mas já li artigos a falar em dimensões para cima de 100.

Mas também há teorias a reduzir o numero. Já há uma década ou mais que foi proposta a descrição do nosso universo como uma projecção tridimensional de uma realidade que se passa num plano original apenas de duas dimensões. Como um holograma.


Recentemente, um senhor chamado Hogan, decidiu fazer as contas a que tamanho teria a mais pequena unidade de espaço na projecção tridimensional, se a verdadeira unidade fosse uma entidade do tal plano dimensional. E chegou a um valor.

Quando acabou de fazer as contas para perceber que tipo de efeito poderiam causar num detector capaz, pôs-se à procura de quem poderia estar a trabalhar com um tal detector. E encontrou a equipa que trabalha com o GEO600.

Esta equipa andava à meses a coçar a cabeça por causa de um ruído que não conseguia eliminar na captação do GEO600. E este ruído coincidia precisamente com o sinal que Hogan andava à procura.
Isto não chega para prova que a teoria do Universo Holograma é real. Mas se não se conseguir atribuir a origem daquele ruído a coisas mais banais, esta hipótese vai começar a ganhar força.

Via "New Scientist": http://www.newscientist.com/article/mg20126911.300-our-world-may-be-a-giant-hologram.html?page=2

Nota 1: Físicos de partículas acreditam que o espaço não é um continuo como aparece à escala visível. Segundo a teoria, haverá uma unidade de tamanho mínimo para o espaço, como se fossem pixeis. Nem o aspecto "parado" do espaço é mais que uma particularidade que emerge a grandes escalas. Segundo a teoria estes "quantum"s de espaço são um grande reboliço. São no entanto pequenos demais para qualquer tipo de medição, excepto se forem ampliados numa projecção como a prevista no "universo holograma".
Nota 2: O GEO600 (600 de 600 metros de comprimento de detector) foi criado para descobrir ondas gravitacionais, mas até agora nada. É por isso muito sensível e capaz de ver mosquitos na outra banda, pelo que eliminar ruído enquanto se anda à procura de sinal é tarefa frequente que vem com a natureza da coisa. Segundo o director da equipa do GEO600 é preciso que passe pelo menos um ano para começar a concluir que estamos a ver quanta de espaço ao eliminar outras hipoteses.

1 comentário:

Dário Cardina Codinha disse...

Muito bom este post,

Obrigado!