Existe uma historia que em inglês se chama "The Emperors New Clothes" e em português "O Rei Vai Nu" que era suposto ser uma metáfora para situações reais.
Nesta história, um comerciante engenhoso consegue convencer o Rei que as suas roupas são as melhores que há e de tão formidáveis que são, que os tecidos de que são feitas apenas podem ser vistas pelas pessoas mais excepcionais. Mas não existem roupas nenhumas, nem tecido nenhum. O Rei fica incapaz de dizer que não vê as roupas quando todos os presentes são igualmente incapazes de dizer que não vêem as roupas. O Rei finalmente aparece em público, perante todo o povo, com as tais roupas vestidas, ou seja, despido, e todos ficam quietos e calados... Até que uma criança grita que o "Rei Vai Nú." Na história original toda a gente acaba por assentir que o rei vai nu entre a galhofa total.
Mas isto está longe do que acontece na realidade. Na realidade o que acontece é o miúdo levar um correctivo. Qualquer um que diga o equivalente a "o rei vai nu" será alvo de chacota, acusação de mente fechada e claro está imbecilidade... Porque não vê as roupas.
E quando se exige perante tal certeza alheia provas que as roupas existem como terem massa, projectarem sobra ou poderem pendurar corpos, vêm as acusações de arrogância, má educação, de não respeitar as opiniões dos outros e de... Imbecilidade... Porque não vemos as roupas.
Quem já disse uma vez na vida que o rei vai nú, sabe do que eu estou a falar. Quem diz muitas vezes, sabe ainda melhor. A liberdade de expressão só existe para as coisas que se podem dizer... E por mais bonita que a história seja, a verdade é que não se pode dizer que o rei vai nu. Mas devia.
Devia, porque a quantidade de reis que vão nus são mais que os súbditos. E enquanto andarmos a pagar tecidos inexistentes por serem melhores ou tão bons como os outros os outros não vamos a lado nenhum.
É preciso para isso a coragem de defender as posições honestamente e sem passar a ataques pessoais.
A todos os que quiserem dizer o rei vai nú, mesmo que estejam enganados, os meus votos de um bom debate. E que não deixem o medo dos ataques pessoais que se seguem (oh sim, eles vêm! em todas as cores e formas) impedir-vos de dizer o que está correcto e pensam poder justificar. Todos fizemos asneiras numa altura ou outra (errar é humano e pelo que leio dos deuses acho que também não se safam assim tão bem). Mas temos de discutir os problemas um por um sem misturar a vida ou a personalidade de quem diz o quê com aquilo que diz. Se perceberem que estão engandos cabe-vos admitir. Quem procura a verdade não está preocupado em ganhar discussões apenas por si. Acima de tudo está preocupado em avançar no que se sabe e clarificar assuntos.
Cepticismo, naturalismo e divulgação científica. Uma discussão sobre o que é ou não matéria de facto.
Páginas
- Página inicial
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- Mecânica Quântica
- Criacionismo
- Ciência
- Teoria da Evolução
- Medicinas Alternativas
- Astrologia
- Aquecimento Global Antropogénico
- Importância do Consenso Científico
- Teorema de Godel
- Evidência Anedótica
- Propriedades emergentes e a mente.
- Leitura a frio vs mediunismo/etc.
- O que é o cepticismo?
domingo, 29 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Instituto Cético de Portugal
Não há. Mas devia haver. Com tanto instituto da treta que parece haver para aí (pelo menos é o que dizem fontes credíveis, já que eu dúvido que seja completamente verdade), um institudo que não há e fazia falta nesta sociadade de crendíces era um organismo multidisciplinar que fizesse uma observação activa e sistemática sobre quaisquer alegações que fossem tornadas públicas e que não tivessem justificação capaz.
A maior parte dos céticos compreende que na politica, na ética e na moral existem questões que não é possível discernir entre qual é a melhor justificação sem que algures haja uma escolha. A maioria dos cépticos dedica especial atenção àquelas coisas que são matéria de facto e ao que elas siginificam. São pessoas que procuram saber qual a melhor resposta possível, desde que não sejam questões normativas. Por isso aceitam vulgarmente a ciência como a melhor explicação para a realidade seja ela o que for, e não misturam essas questões com problemas puramente filosóficos. Por outro lado são naturalmente criticos, qualquer que seja a sua formação, e são pessoas que procuram. Estão naturalmente inclinados a procurar a assunções erradas numa alegação. São por isso as pessoas adequadas para proteger a sociedade da especulação selvagem e por vezes oportunista que representam as várias crendices.
Naturalmente que a oposição de tal instituto à crença injustificada seria apenas verbal e sem natureza legal. A quem estiver preocupado com a parcialidade (que é algo que existe sempre) que tais pareceres possam ter fica a nota de que seriam apenas a oposição à outra parcialidade que já existe a favor da crendice. Seria mais como um servidor de conselhos para os cidadões tomarem de sua livre vontade e que lutaria pela sua credibilidade pelo próprio trabalho produzido. Deveria no entanto ter visibilidade e credibilidade "à priori" para ser consultado pelos massmedia e ouvido pelos politicos. Estas condições provavelmente exigiriam numa fase inicial um investimento económico em pessoas e em divulgação relativamente avultado. O objectivo é que depois de ser apresentado ao público o seu trabalho pudesse ser a razão da sua procura. Em relação à credibilidade é natural que seja preciso investir em pessoas idoneas e reconhecidamente trabalhadoras para estarem à frente de tal institudo. Ocorrem-me alguns nomes entre os professores universitários portugueses e se pudessemos ter convidados estrangeiros tanto melhor.
Era a maneira de concentrar a critica sistemática de todo o alegado conhecimento num unico organismo para poder dar-lhe a competencia de abordar diversas areas. E dar-lhe caracter oficial e promovendo as pessoas certas.
Não obstante tal instituto por si só não poder ter qualquer poder executivo ou legislativo (é dificil de explicar mas é obvio que tem de ser um organismo puramente académico, deixando as decisões para outros), seria desejável e devia ser um dos objectivos que esta organisação fosse houvida e procurada por tribunais, parlamentares, professores, etc, não substituindo o papel de especialistas - quando não os tivesse entre os seus colaboradores (mas sendo capaz de apontar as pessoas certas).
Porque cada um é livre de acreditar no que quizer mas não é livre de fazer aos outros o que quizer, a burla e fraude são crimes. Têm de ser. Mas esse não deve ser um problema de tal instituto, isso é um problema para Juizes e Deputados e para outro debate. As consequencias e a intenção das asneiras impostas aos outros importam num julgamento mas isso não é a questão para o ceptico. Eu preocupo-me em exclarecer já estas limitações porque normalmente são as principais preocupações das pessoas e umas que importam salvaguardar. O direito à crença desde que não magoe ninguém.
Tem é de haver um organismo que vigie, lance alertas, e possa justificar as suas próprias afirmações. E que se consiga fazer ouvir. Penso que só aqueles que queiram abafar a discussão livre, o debate publico e não querem por em causa aquilo em que acreditam se podem opor a esta ideia de formar um instituto com estes objectivos. Mais informação leva a melhores escolhas. Isso é também uma medida de liberdade. Não saber escolher, não ter informação para escolher é limitante.
Adiante... Rentabilidade iria ser um problema sério. Naturalmente que teria de ser uma coisa sem fins lucrativos, mas seria um sorvedouro económico com poucas possibilidades de gerar dinheiro. Talvez vendendo uma revista, talvez vendendo palestras e congressos, trazendo autores estrangeiros a portugal, administrando cursos de pensamento crítico, etc. Pelo menos amenizava os custos, para evitar ser mais um fardo para um estado tão carente.
Bem, uma pessoa pode sonhar, não é? Era para o bem de todos.
A maior parte dos céticos compreende que na politica, na ética e na moral existem questões que não é possível discernir entre qual é a melhor justificação sem que algures haja uma escolha. A maioria dos cépticos dedica especial atenção àquelas coisas que são matéria de facto e ao que elas siginificam. São pessoas que procuram saber qual a melhor resposta possível, desde que não sejam questões normativas. Por isso aceitam vulgarmente a ciência como a melhor explicação para a realidade seja ela o que for, e não misturam essas questões com problemas puramente filosóficos. Por outro lado são naturalmente criticos, qualquer que seja a sua formação, e são pessoas que procuram. Estão naturalmente inclinados a procurar a assunções erradas numa alegação. São por isso as pessoas adequadas para proteger a sociedade da especulação selvagem e por vezes oportunista que representam as várias crendices.
Naturalmente que a oposição de tal instituto à crença injustificada seria apenas verbal e sem natureza legal. A quem estiver preocupado com a parcialidade (que é algo que existe sempre) que tais pareceres possam ter fica a nota de que seriam apenas a oposição à outra parcialidade que já existe a favor da crendice. Seria mais como um servidor de conselhos para os cidadões tomarem de sua livre vontade e que lutaria pela sua credibilidade pelo próprio trabalho produzido. Deveria no entanto ter visibilidade e credibilidade "à priori" para ser consultado pelos massmedia e ouvido pelos politicos. Estas condições provavelmente exigiriam numa fase inicial um investimento económico em pessoas e em divulgação relativamente avultado. O objectivo é que depois de ser apresentado ao público o seu trabalho pudesse ser a razão da sua procura. Em relação à credibilidade é natural que seja preciso investir em pessoas idoneas e reconhecidamente trabalhadoras para estarem à frente de tal institudo. Ocorrem-me alguns nomes entre os professores universitários portugueses e se pudessemos ter convidados estrangeiros tanto melhor.
Era a maneira de concentrar a critica sistemática de todo o alegado conhecimento num unico organismo para poder dar-lhe a competencia de abordar diversas areas. E dar-lhe caracter oficial e promovendo as pessoas certas.
Não obstante tal instituto por si só não poder ter qualquer poder executivo ou legislativo (é dificil de explicar mas é obvio que tem de ser um organismo puramente académico, deixando as decisões para outros), seria desejável e devia ser um dos objectivos que esta organisação fosse houvida e procurada por tribunais, parlamentares, professores, etc, não substituindo o papel de especialistas - quando não os tivesse entre os seus colaboradores (mas sendo capaz de apontar as pessoas certas).
Porque cada um é livre de acreditar no que quizer mas não é livre de fazer aos outros o que quizer, a burla e fraude são crimes. Têm de ser. Mas esse não deve ser um problema de tal instituto, isso é um problema para Juizes e Deputados e para outro debate. As consequencias e a intenção das asneiras impostas aos outros importam num julgamento mas isso não é a questão para o ceptico. Eu preocupo-me em exclarecer já estas limitações porque normalmente são as principais preocupações das pessoas e umas que importam salvaguardar. O direito à crença desde que não magoe ninguém.
Tem é de haver um organismo que vigie, lance alertas, e possa justificar as suas próprias afirmações. E que se consiga fazer ouvir. Penso que só aqueles que queiram abafar a discussão livre, o debate publico e não querem por em causa aquilo em que acreditam se podem opor a esta ideia de formar um instituto com estes objectivos. Mais informação leva a melhores escolhas. Isso é também uma medida de liberdade. Não saber escolher, não ter informação para escolher é limitante.
Adiante... Rentabilidade iria ser um problema sério. Naturalmente que teria de ser uma coisa sem fins lucrativos, mas seria um sorvedouro económico com poucas possibilidades de gerar dinheiro. Talvez vendendo uma revista, talvez vendendo palestras e congressos, trazendo autores estrangeiros a portugal, administrando cursos de pensamento crítico, etc. Pelo menos amenizava os custos, para evitar ser mais um fardo para um estado tão carente.
Bem, uma pessoa pode sonhar, não é? Era para o bem de todos.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Tradução de linguagem cientifica para o significado equivalente de termos comuns.
Linguagem científica | Significado em linguagem comum |
... sugere que... | ... podes apostar que ... |
...existe evidência que... | ...podes apostar que... |
...não existe evidência que... | ...podes apostar que é treta... |
...suportado por evidências fracas... | ...é treta... |
... existem fortes evidências que... | ... é verdade que... |
... é uma teoria... | ... é verdade que... |
... o consenso cientifico neste assunto é... | ... é verdade que... |
... são precisos mais estudos... | Em linguagem comum esta frase não tem sentido |
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