terça-feira, 14 de outubro de 2008

Em busca da Matéria-Energia Negra

Quando o Einstein verificou que a teoria da relatividade descrevia um universo ou em expansão ou em contracção sentiu-se obrigado a corrigir a teoria com uma nova constante, a que chamou a constante cosmológica. Não muito tempo depois Hubble, encontrava evidência experimental de que o universo se estava a expandir. Einstein considerou então a introdução da constante cosmológica como o maior erro da sua vida.

Mas actualmente existe uma tendência crescente para a reincorporar na teoria. É que se juntam cada vez mais dados a apontar que o universo não está só a expandir-se. A velocidade com que se expande está a acelerar. Só contando com a gravidade a previsão é de que esta leve a um desaceleração, devido à atracção entre as massas. Mas o problema não fica por aqui. Também se suspeita há muito que determinados “buracos” no espaço tenham de estar preenchidos por massa, apesar de ela não ser vista. A confirmação é feita por cálculos matemáticos nos objectos circundantes. Falo da matéria negra. Pensa-se que a energia-matéria negra seja responsável por ¾ da constituição do universo. E pensa-se também que a energia negra será responsável pela acção anti-gravítica que leva a aceleração da expansão. Pensa-se. Nada disto está provado. Está-se a tentar reunir a máxima quantidade de informação possível. Mas a constante cosmológica começa a ser vista como uma necessidade para descrever estes achados.

Quando uma supernova explode o seu brilho é constante. E quanto mais longe menos brilha. Por isso os astrónomos apoiam-se na observação de supernovas distantes e nas variações do seu brilho para determinar a acção da energia negra na aceleração das expansão do universo.

Um outro processo que foi iniciado mais recentemente é o estudo da distribuição das galáxias no universo no inicio dos tempos, através das microondas da radiação de fundo. É de esperar que as observações mostrem este mesmo jogo de forças entre força gravítica e proveniente da energia negra na formação e desagregação de grupos de galáxias. Se tal não acontecer vai ser preciso repensar o problema todo do princípio.

Um artigo na Nature de ontem revela que o Telescópio do Pólo Sul descobriu mais 3 “clusters” de galáxias através do estudo da radiação de fundo. Muitos se seguirão.
Não é raro ver referido o problema da matéria e energia negra como uma das mais pertinentes questões em aberto da fisica actual.

Aqui fica o Link para o artigo original em Inglês que refiro:
http://www.nature.com/news/2008/081013/full/455843a.html

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