segunda-feira, 4 de abril de 2011

Acupunctura Revisitada


O Prof. Edzard Ernst publicou recentemente meta-estudo de todos os artigos de revisão sobre a acupunctura para o tratamento da dor. Ou seja, um artigo de revisão dos artigos de revisão no ultimo reduto da acupunctura – a dor – uma vez que é sempre uma questão de percepção subjectiva. E a percepção subjectiva é variável de acordo com uma data de coisas. É o efeito placebo.


57 revisões sistemáticas cumpriam os critérios de inclusão. Encontrou-se uma mistura de resultados positivos, negativos e inconclusivos e segundo Ernst escreve no “abstract” emergiram também uma série de contradições e problemas que explicam a inconsitencia dos resultados. Apenas 4 estudos foram considerados de elevada qualidade metodológica.

De todos os casos apenas 4 situações médicas houve consistência nos resultados, com os estudos a chegar à mesma conclusão e em 3 dos 4 casos essa conclusão é negativa.

O caso único em que se pôde concluir positivamente a favor da acupunctura é na dor no pescoço – já antes tínhamos visto como a dor é o ultimo reduto da acupunctura, uma vez que é sempre uma questão de percepção.

Adicionalmente, como nota a autora do editorial da revista onde o artigo é publicado, quando uma terapia popular ineficaz é testada vai haver um excesso de falso positivos. (1)

Foram ainda encontradas descritas 5 mortes e 95 casos de efeitos adversos graves.

Se bem que este estudo por si não prove que a acupunctura não funciona para tratamento da dor, prova sim que é muito pouco eficaz, tão pouco que o ruído (acaso, placebo, etc) se confunde com qualquer efeito que haja.

No entanto, se abordarmos este artigo no contexto geral, de tudo o que já sabemos que sobre a doença e a natureza, podemos concluir que a acupunctura não funciona. Não é funciona mal. É não funciona.

Via Science Based Medicine:
http://www.sciencebasedmedicine.org/?p=11765

  1. Ioannidis et al 2007, citado por Harriet Hall em:
    http://www.painjournalonline.com/article/S0304-3959(11)00077-7/abstract

    O texto de Ioannidis aqui (muito interessante):
    http://www.plosmedicine.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pmed.0040215
       

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