Crentes de variadas teorias e entidades imaginadas gostam de dizer que as suas entidades se provam filosoficamente.
A lei acercas das medicinas alternativas existe porque o Jorge Sampaio quando era Presidente da República decidiu que tínhamos de deixar a porta aberta a outras "filosofias" para explicar a doença.
Os crentes em deus falam em provas metafísicas e insistem que a ciência não pode testar deus, sem com isto perceberem que estão a dizer que deus não existe para todos os efeitos.
Os relativistas mais extremos - felizmente raros - insistem que tudo depende do observador e da sua filosofia, portanto afirmando que não haverá uma realidade extra cognitiva.
Por outro lado, sabendo que em qualquer actividade (desde a ciência à moral, à politica, etc) há sempre uma minoria que defende franjas rídiculas de pensamento, é importante saber o que é mais provável que seja a melhor conclusão.
Ou seja, é importante conhecer os consensos para saber o que pensa a maioria dos experts de uma determinada área, pois de outro modo ficamos com uma data de teorias contraditórias defendidas por vezes por lunáticos. Não estando por dentro do grupo de especialistas, a nossa melhor aposta é tentar saber o que a maioria pensa.
Então o que pensam os filósofos? Na maioria das coisas estão em desacordo - tal como eles próprios já tinham previsto. O que revela que há coisas que ainda não sabemos minimamente sequer como abordar.
Mas há outras que são consensuais.
Que a realidade existe. Que deus não existe. Por exemplo.
Mesmo o Naturalismo tem 49% de "votos a favor". Contra 25% de Não-naturalismo ou 25% de Outro.
O Relativismo só é defendido por 2,9%.
Por isso, definitivamente dizer que a filosofia serve para provar tudo o que passa pela cabeça de alguém é treta. Isso é filosofia de franjas. É escolher as cerejas. É má argumentação. É uma falácia de apelo à autoridade, já que pretende em inúmeros casos valer por si só.
A maioria dos filósofos reconhece que há coisas que são treta. E que há coisas para as quais não temos resposta. Mas o que não se sabe não prova nada.
Ver mais aqui:
(notícia) http://www.gmilburn.ca/2009/12/11/reality-morality-controversy-and-consensus-in-philosophy/
E aqui a página do estudo:
http://philpapers.org/surveys/results.pl
Via Facebook, Pedro Amaral Couto.
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