Um trabalho de economistas de Harvard que tem sido usado para justificar as medidas de austeridade foi recentemente criticado pela descoberta de erros ao nivel das formulas usadas ( e também por alguns outros aspectos menos transparentes).
Ao que parece a origem dos erros nas formulas é o programa Excel da Microsoft. Mas isso não devia desculpar a situação.
Porque um aspecto a salientar aqui, e algo que é de extrema importancia é:
- Este trabalho não passou por peer-review!!!!
Nao sendo um trabalho de divulgação baseado em outros e sendo sobre algo tão importante, é dificilmente desculpável.
A revisão por pares faz parte do método cientifico. E quando é feita pré-publicação, por revisores da area sob anonimato, é quando funciona melhor. Assim tivemos de esperar mais até o erro ser descoberto. E quem sabe levar com mais austeridade. Afinal isto enfraquece bastante os argumentos dos austerófilos.
Corrigido o problema (esse e outros), os dados obtidos da gravidade do endividamento ( e que supostamente justificam a austeridade, outro ponto criticável), não são nem de perto tão graves como os obtidos com a formula errada, pelo menos nas dividas acima de 90% do GDP. Por exemplo, a divida nunca leva a valores negativos de crescimento.
São estas as diferenças:
Divida: 30% crescimento (corrigido) 4,2% (não corrigido) 4,1%
30 a 60% 3,1% 2,8%
60 a 90% 3,2% 2,8%
mais de 90% 2,2% -0,1%
mais de 120 % 1,6% ND
Em resposta a estas criticas os autores do estudo original notam que os valores são muito parecidos. E são. Excepto nos pontos criticos, que é o que nos importa.
Via Ars Technica,
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